Criminalidade piora e casos de furtos e roubos sobem em São Paulo

Vereador delegado Palumbo fala em reflexo da falta de apoio governamental à polícia

  • Por Jovem Pan
  • 28/04/2022 12h56 - Atualizado em 29/04/2022 12h46
Divulgação/ PCPR Polícia Civil do Paraná prende serial killer suspeito de matar homens gays em Curitiba Somente nos três primeiros meses de 2022 houve um crescimento de 28,5% nos furtos qualificados registrados pela polícia de SP

O morador da maior cidade do Brasil encara a crise da segurança pública. Os crimes contra o patrimônio dispararam. Segundo dados da Secretaria de Segurança Público do governo de São Paulo, os furtos e roubos de veículos aumentaram, sendo a maioria dos crimes realizados com o uso de força. Somente nos três primeiros meses de 2022, foram 132.782 furtos qualificados registrados pela polícia civil na capital paulista, enquanto que em 2021 o índice era de 103.290 ocorrência, um crescimento de 28,5%; já os furtos de veículos sem o uso de força tiveram de 21,4%: 18.282 casos no primeiro trimestre de 2021 e 22.211 ocorrências no mesmo período de 2022; os roubos de veículo, com o uso da violência, tiveram aumento de 16%: 7.819 casos em 2021 e 9.065 ocorrências neste ano; os roubos, quando o ladrão usa uma arma para assaltar a vítima, também aumentaram na cidade. De janeiro a março de 2021, a polícia registrou 55.751 casos, enquanto o mesmo período de 2022 teve 59.904, aumento de 7,5%. A equipe de reportagem da Jovem Pan News entrou em contato com a SSP-SP para ela responder a questionamentos sobre o aumento dos dados da criminalidade. Até o fechamento da reportagem, os representantes da segurança pública não deram nenhuma resposta.

Para o vereador delegado Mario Palumbo (MDB), os números refletem a dura realidade da classe policial em São Paulo, começando com a falta de efetivo e indo até a baixa remuneração. “Eles saem do trabalho e vão direto para o bico. E o governo comemorando que está comprando a folga do policial. Isso é um absurdo. O policial precisa ganhar bem, precisa ter um tempo de descanso e ter um momento dele ficar com a família, e não trabalhar sete dias por semana, 30 dias por mês. Por outro lado, não há o combate a quem fomenta o crime de roubo e furto, que são os desmancheiros criminosos. Não adianta nada a polícia ir no desmanche, prender o receptador e, no outro dia, esse desmancheiro estar lá com a loja aberta”, critica Palumbo.

O vereador cita outro problema grave enfrentado no cotidiano pelos policiais civis e militares do Estado de São Paulo. Durante uma ocorrência em andamento, o policial que gastar munição em uma troca de tiros com os bandidos, ou até mesmo bater a viatura policial em uma perseguição, ele é obrigado a pagar do próprio bolso a munição e o reparo do veículo. Além disso, segundo Palumbo, o próprio policial é obrigado a pagar o curso de capacitação profissional. “As unidade de elite da policia de São Paulo não treinam o tanto que têm que treinar. O tiro de um policial é o último recurso. E esses policiais bancam o treinamento. Eu cansei de pagar treinamento do próprio bolso. O meu curso de fuzil, feito em 2012, que me habilitou a portar um fuzil, eu paguei do meu bolso, eu dividi em quatro vezes. Então, se está em uma divisão de operações especiais, imagine como está nas periferias do Estado de São Paulo, onde os policiais sequer ganham para treinar. Não há investimento em treinamento policial. O policial tem que pagar pela própria munição. Isso é um absurdo”, declarou o vereador.

*Com informações do repórter Maicon Mendes

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