Crise derruba solidariedade no Brasil e força mudanças nas organizações beneficentes
Com solidariedade em queda, instituições de auxílio procuram caminho para recuperar doações. Um estudo, divulgado nesta terça-feira (30), mostrou que o Brasil caiu da 75ª posição para 122ª na classificação que mede a caridade ao redor do mundo.
O levantamento feito por uma instituição britânica ouviu cento e cinquenta mil pessoas em cento e quarenta e seis países. A pesquisa registra o número de pessoas que, no mês anterior à consulta, doaram dinheiro para uma organização da sociedade civil, ajudaram um estranho ou fizeram trabalho voluntário.
Aqui no Brasil, essa proporção teve uma queda acentuada e este foi o menor número registrado na série histórica. O patamar passou de 21% em 2017 para 12% dos entrevistados neste ano.
A presidente do Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social avalia que as organizações precisam se comunicar melhor. Paula Fabiani afirma que as pessoas não conseguem perceber que as instituições podem ser instrumentos reais de transformação.
A presidente do Idis atribui a queda do índice do Brasil à forte crise econômica. Fabiani diz que a queda foi percebida não apenas nas doações em dinheiro, mas também no tempo para a realização de trabalho voluntário.
O Brasil registra a pior posição na América Latina, atrás até da Venezuela. Os líderes do ranking da solidariedade no mundo são a Indonésia, a Austrália e a Nova Zelândia.
*Com informações do repórter Tiago Muniz.
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