Crise dos refugiados leva UE a uma divisão clara entre visões nacionalistas e progressistas
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A União Europeia vive um momento de clara divisão entre duas visões de mundo: uma nacionalista, a outra progressista.
Na primeira, estão países do leste, além da Itália, que pedem uma operação militar conjunta nas fronteiras do continente para conter a entrada de imigrantes e refugiados ilegalmente na região.
Na outra, estão França, Alemanha, Espanha e Portugal, que defendem valores europeus com viés mais social e que rechaçam ações propostas por seus antagonistas.
A possibilidade de enviar militares para a fronteira do continente, inclusive, é considerada ilegal uma vez as regras do bloco não permitem que operações deste tipo sejam realizadas dentro das fronteiras do bloco.
No entanto, países como Áustria e Itália – que têm sofrido com a entrada indiscriminada de estrangeiros nos últimos anos – ameaçam esticar a corda se medidas mais drásticas não forem tomadas pelo bloco.
Os dois países, com seus ministros de extrema-direita, afirmam que podem deixar inclusive a operação Sofia, criada em 2015 pelo bloco europeu justamente para combater a crise dos refugiados.
Desde sua implantação, os números relacionados a chegada de refugiados e o afogamento de pessoas no Mediterrâneo caíram drasticamente, segundo as autoridades europeias.
Mas Itália e Áustria reclamam que o grosso do problema ainda está no colo deles – o que fazer com os que conseguem pisar no continente.
O ponto é mais ou menos o mesmo levantado por Roraima na crise com os venezuelanos: outros estados precisam ajudar a receber os milhares de desesperados que cruzam a fronteira.
Mas nessa hora, o resto do continente se faz de rogado e dá espaço para que ideias de extrema-direita, como a militarização das fronteiras, acabem sendo ventiladas como algo natural.
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