Crise dos refugiados leva UE a uma divisão clara entre visões nacionalistas e progressistas

  • Por Ulisses Neto/Jovem Pan
  • 31/08/2018 09h00 - Atualizado em 31/08/2018 09h03
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EFE Crise de refugiados atinge países como Itália, França, Alemanha, Espanha, Portugal e Áustria

A União Europeia vive um momento de clara divisão entre duas visões de mundo: uma nacionalista, a outra progressista.

Na primeira, estão países do leste, além da Itália, que pedem uma operação militar conjunta nas fronteiras do continente para conter a entrada de imigrantes e refugiados ilegalmente na região.

Na outra, estão França, Alemanha, Espanha e Portugal, que defendem valores europeus com viés mais social e que rechaçam ações propostas por seus antagonistas.

A possibilidade de enviar militares para a fronteira do continente, inclusive, é considerada ilegal uma vez as regras do bloco não permitem que operações deste tipo sejam realizadas dentro das fronteiras do bloco.

No entanto, países como Áustria e Itália – que têm sofrido com a entrada indiscriminada de estrangeiros nos últimos anos – ameaçam esticar a corda se medidas mais drásticas não forem tomadas pelo bloco.

Os dois países, com seus ministros de extrema-direita, afirmam que podem deixar inclusive a operação Sofia, criada em 2015 pelo bloco europeu justamente para combater a crise dos refugiados.

Desde sua implantação, os números relacionados a chegada de refugiados e o afogamento de pessoas no Mediterrâneo caíram drasticamente, segundo as autoridades europeias.

Mas Itália e Áustria reclamam que o grosso do problema ainda está no colo deles – o que fazer com os que conseguem pisar no continente.
O ponto é mais ou menos o mesmo levantado por Roraima na crise com os venezuelanos: outros estados precisam ajudar a receber os milhares de desesperados que cruzam a fronteira.

Mas nessa hora, o resto do continente se faz de rogado e dá espaço para que ideias de extrema-direita, como a militarização das fronteiras, acabem sendo ventiladas como algo natural.

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