Crise hídrica: Baixo nível de reservatório impacta economia em Furnas 

Orla do reservatório construído no Rio Grande, onde está uma das principais hidrelétricas do país, recuou quase 200 metros; empresários da região relatam os impactos da situação para os negócios

  • Por Jovem Pan
  • 26/07/2021 08h17 - Atualizado em 26/07/2021 09h39
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RODNEY COSTA/ZIMEL PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Vista da Represa de Furnas, que fica em Capitólio, em Minas Gerais Além do reflexo na conta de luz, a situação hídrica também coloca em risco alguns segmentos econômicos

O baixo nível dos reservatórios e o período de seca no Brasil têm impactado diretamente a vida – e o bolso – dos brasileiros. Além do reflexo na conta de luz, a situação também coloca em risco alguns segmentos econômicos. Gensol Martins vive dos passeios de barcos em Furnas e viu o negócio declinar nas últimas semanas. O nível da água do reservatório da hidrelétrica, localizada no Sul de Minas Gerais, está caindo. Com isso, a clientela também diminuiu. “Caiu o movimento um pouco por causa do nível muito baixo, está um pouco difícil o acesso porque não tem como usar as lanchas”, comenta. Situação semelhante é vivida pelo empresário João Flávio, que tem sentido os impactos na produção. “Durante os últimos 40 dias, 50 dias, nós estamos tendo uma demanda de 15% a 25 % adicional da nossa energia elétrica, no período do primeiro turno, que é o período diurno”, relata. 

A orla do reservatório construído no Rio Grande, onde está uma das principais hidrelétricas do país, recuou quase 200 metros. Com a oferta limitada, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) precisou aumentar a conta de luz e, com isso, a dona Marisa das Dores precisou renegociar. “Veio uma conta de R$ 103, uma de R$ 150 e outra de R$ 200. Entrei em contato com a empresa de energia elétrica e pedi para refinanciar para a conta vir mais barata, antigamente vinha R$ 35″, afirma.  Na última semana, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) emitiu uma nota prevendo dificuldades para o fornecimento de energia em novembro. A maior parte das represas do país passa por um período de baixos níveis de água, em consequência das poucas chuvas.

O ex-secretário de energia do Ministério de Minas e Energia e ex-diretor da Aneel, Afonso Henriques Moreira Santos, diz que é necessária uma mudança. “Nós temos que mudar o nosso critério, é preciso criar a nossa forma de operar nos reservatórios, que não são do setor elétrico. Eles são da sociedade brasileira e devem ser operados visando os interesses múltiplos da sociedade”, disse o ex-secretário. Ele considera importante investir em fontes de energias renováveis.

*Com informações da repórter Camila Yunes

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