Crise causada pela pandemia aumenta impasse entre governo de SP e PM
Algumas categorias do funcionalismo público estão preocupadas com as consequências econômicas da pandemia de coronavírus.
Com mais verbas sendo destinadas ao combate à doença, diminui a margem para novos concursos e aumento salarial. Em São Paulo, o receio é maior entre policiais militares.
Em outubro do ano passado, o governo de São Paulo anunciou um reajuste de 5% para PMs e outros servidores da segurança. O aumento no salário base desagradou parte da tropa, que esperava valorização maior.
Coronéis da ativa e da reserva da Polícia Militar de São Paulo relatam, porém, que o incômodo na pandemia vai além da questão salarial.
Os oficiais dizem que incomodou também a recente declaração do governador João Doria (PSDB) dizendo que estudava determinar que a PM poderia prender cidadãos que descumprissem a quarentena, ampliando o risco de contágio.
A reação negativa da fala, inclusive, teria feito com que o governador abaixasse o tom ao tratar do tema nas últimas coletivas de imprensa. De acordo com o coronel da reserva e ex-comandante da PM na capital, Glauco Carvalho, apesar da indisposição, a PM seguirá respeitando a hierarquia.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública informou que a atual gestão no governo de São Paulo mantém, desde o primeiro momento, uma política de valorização do funcionalismo, com destaque para a área de segurança.
Segundo a pasta, “foi concedido reajuste salarial para as polícias já no primeiro ano da gestão, além de ampliação de 50% no bônus por resultados, gerando um impacto de R$ Um bilhão e Meio de Reais no orçamento”.
Nesta terça, João Doria anunciou medidas de ajuste fiscal para garantir recursos, salários e investimentos em Saúde e Segurança Pública durante a pandemia. O governo de São Paulo reforça que não existe determinação de prisão para quem desrespeitar o isolamento social.
Segundo a secretaria da segurança, a PM monitora a movimentação nas ruas em ações de patrulhamento e faz um trabalho de conscientização da população, seguindo as recomendações das autoridades de saúde.
*Com informações do repórter Leonardo Martins
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