Cunha consegue reduzir 36 dias de pena pela leitura de livros na cadeia
O império dourado do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha começou a cair, quando ele disse, em março de 2015, para a CPI da Petrobras que não tinha nenhuma conta bancária no exterior. Meses depois ficou provado o contrário.
Durante a investigação as autoridades descobriram que o ex-parlamentar usou o nome da própria mãe como resposta secreta numa conta na Suíça. Esse fato pode dar duas leituras diferentes.
Ou o deputado ama tanto a mãe dele que pensa nela para tudo, ou então existe um abismo de sentimentos para que ele mesmo achasse improvável demais que alguém associaria ele ao nome Elza, se fosse tentar hackeá-lo.
Nesse mês, Eduardo Cunha conseguiu diminuir 36 dias de cadeia da pena que está cumprindo porque leu alguns livros na penitenciária.
Uma recomendação do Conselho Nacional de Justiça prevê esse benefício.
Curiosamente, um dos primeiros títulos escolhidos por Cunha foi “O Estrangeiro”, romance francês que começa, logo de cara, com o protagonista recebendo a notícia da morte da mãe.
Na história, o frio personagem recebe a informação sem demostrar qualquer sofrimento com o fato.
Nos últimos meses, o ex-presidente da Câmara leu também outros oito livros. Não se sabe ao certo o quanto Cunha gosta de leitura, mas o político que nunca tinha sido lá muito brilhante ou notável conseguiu chegar ao poder ao melhor estilo de Maquiavel.
Fato é que se pegar gosto mesmo pelos livros, Eduardo Cunha ainda vai ter algum tempo na penitenciária para, talvez, ler “Crime e Castigo”, obra de Dostoiévski, em que o russo traz como reflexão principal a salvação pelo sofrimento.
Quem sabe não esteja aí também a ajuda para absolvição dos dias de cão de Eduardo Cunha?
*Informações do repórter Caio Rocha
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