Dados errados sobre desmatamento prejudicam o Brasil, diz governo

  • Por Jovem Pan
  • 02/08/2019 07h06 - Atualizado em 02/08/2019 10h24
Tiago Queiroz/Estadão Conteúdo Desmatamento Salles defende que os números divulgados não são corretos, apesar de não saber informar qual foi a real extensão da derrubada da floresta

Ao rebater dados que apontam um aumento de até 88% no desmatamento da Amazônia no mês de junho, o governo afirmou que pretende investir em equipamentos modernos para melhor detectar em tempo real as áreas de desmatamento no país com alta resolução.

O governo diz também que pretende investir na profissionalização do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), o órgão que faz esse acompanhamento atualmente.

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, não nega que o desmatamento vem crescendo desde 2012. Porém, ele defende que os números divulgados recentemente não são corretos, apesar de não saber informar qual foi a real extensão da derrubada da floresta.

Segundo Salles, o problema é que o desmatamento identificado agora pelo Deter em tempo real, que foi divulgado pelo INPE, não ocorreu somente naquele mês. De acordo com ele, em alguns casos foram somados desmatamentos ocorridos desde 2017.

O presidente Jair Bolsonaro também afirmou que o governo não nega que exista um problema, nem vai tentar justificar ações ilegais ou proteger “quem quer que seja”, mas que também não pode admitir que os dados sejam utilizados com o objetivo de prejudicar o governo. Ele sinaliza ainda que a questão na verdade é muito mais comercial do que apenas ambiental.

O ministro do Meio Ambiente defendeu a importância da conservação, mas disse que é preciso levar em conta também que existe toda uma população na Amazônia que precisa trabalhar.

O presidente Jair Bolsonaro não descarta a possibilidade de mudanças na direção do INPE, Ele explica que está avaliando essa possibilidade e que, quando há uma quebra de confiança, é difícil manter a convivência.

*Com informações da repórter Luciana Verdolin

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