Dallagnol defende imparcialidade da Lava Jato e diz que provas contra Lula são robustas
A força-tarefa da Operação Lava Jato diz ter sido alvo de ação criminosa de um hacker que invadiu e clonou celulares, além de contas de aplicativos de mensagens. Segundo nota publicada pelos procuradores, os ataques cibernéticos acontecem desde abril.
Um procedimento administrativo foi aberto em maio para acompanhar a apuração sobre os ataques e as investigações ainda prosseguem. Em um vídeo publicado nas redes sociais, o procurador Deltan Dallagnol comentou a invasão.
“A Lava Jato em Curitiba sofreu um ataque gravíssimo por parte de um criminoso, que invadiu telefones celulares, sequestrou contas de apps de mensagens, se fez passar por jornalistas e procuradores e o nosso receio é que a atividade criminosa dele avance agora para falsear e deturpar fatos nesse imenso ataque contra a Operação Lava Jato”, disse Dallagnol.
No mesmo vídeo, o procurador também se defende das acusações proferidas pelas reportagens do site The Intercept Brasil, dizendo que é normal a troca de mensagens com outras partes da Operação, como o ministro e então juiz Sergio Moro, e nega que tenha havido conluio. Dallagnol também rebate a informação de que a Lava Jato atua de forma partidária.
“A imparcialidade na Lava Jato é confirmada por muitos fatos. 54 pessoas acusadas pelo Ministério Público foram absolvidas pelo ex-juiz federal Sergio Moro. Nós recorremos centenas de vezes contra decisões judiciais, o que mostra não só que o juiz não acolheu o que o MP queria, mas mostra que o Ministério Público não se submeteu ao entendimento da Justiça”.
Deltan Dallagnol também citou o fato de as acusações e condenações contra o ex-presidente Lula e outros políticos terem sido referendadas por seus superiores e destaca que a Operação flagrou membros de diversos partidos. O procurador reafirmou que as provas que condenaram Lula no caso do triplex do Guarujá são robustas e foram examinadas com cuidado.
“O Ministério Público revisa, submete a intensa crítica, analisa e reanalisa fatos e provas para não oferecer uma acusação frágil de modo injusto ao investigado. As provas do caso triplex embasaram a acusação porque eram robustas e tanto era assim que 9 julgadores em três instâncias diferentes concordaram com elas e condenaram o ex-presidente Lula.”
Em nota, a Associação Nacional dos Procuradores da República condenou a obtenção ilícita de dados, bem como a sua transmissão a terceiros, e diz que reitera a confiança no trabalho dos procuradores que atuam na Lava Jato. A Associação dos Juízes Federais disse que confia na lisura, honestidade, seriedade e capacidade técnica dos magistrados.
*Com informações do repórter Levy Guimarães
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