‘Dar passo para trás não é vergonhoso, mas necessário’, diz prefeito de Campinas

Campinas, mesmo na Fase 2 – Laranja do Plano São Paulo, optou por não retomar as atividades

  • Por Jovem Pan
  • 26/06/2020 09h53 - Atualizado em 26/06/2020 10h11
Sandro Pereira/Estadão Conteúdo máscaras Município tem hoje 366 leitos exclusivos para casos de Covid-19 na rede pública e particular

O prefeito de Campinas, Jonas Donizette (PSB), também presidente da Frente Nacional de Prefeitos, afirmou que “dar um passo para trás” no que diz respeito às medidas de contenção da Covid-19 não é vergonhoso, mas necessário. “É uma doença nova, que traz muita instabilidade, e a interiorização tem sido muito forte. O interior de São Paulo já passou a capital paulista.”

Cerca de 80% das cidades brasileiras já tem casos do novo coronavírus. Donizette ainda reforçou que o Brasil tem um presidente da República que “não leva a questão da doença a sério” e que “atrapalhou demais”.

Em entrevista ao Jornal da Manhã, ressaltou que reivindica ao governo estadual uma “mão dupla” na questão do atendimento — já que Campinas acolheu internados por Covid-19 da Região Metropolitana de São Paulo enquanto foi preciso — e também ajuda financeira. Ele destacou que o preço de aluguel de uma UTI privada é alto no município — cerca de R$ 2 400 ao dia — e a média que um paciente fica internado na terapia intensiva é 30 dias.

Campinas tem hoje 366 leitos exclusivos para casos de contaminação pelo novo coronavírus na rede pública e particular. Desses, 325 estão ocupados — cerca de 88,79%. O SUS municipal, com 133 leitos, tem 100% de ocupação. Já no estadual, somando recursos do AME e do Hospital das Clínicas da Unicamp, existem 76 leitos — sendo que 93% ocupados. Na rede particular, são 157 leitos com 77% de ocupação.

Donizette falou da situação de Campinas que, mesmo na Fase 2 – Laranja do Plano São Paulo, optou por não retomar as atividades de comércio. Ainda assim, o prefeito ressaltou a dificuldade de manter o isolamento social por mais de 60 dias porque a situação “cria um esgotamento natural da população”.

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