Davos não contará com grande parte do primeiro escalão da geopolítica internacional

  • Por Ulisses Neto/Jovem Pan
  • 21/01/2019 09h07 - Atualizado em 21/01/2019 10h33
EFE Fórum Econômico Mundial, Davos A maior parte do primeiro-escalão da geopolítica internacional tem coisa mais importante para fazer nos próximos dias

A primeira-ministra britânica, Theresa May, apresenta nesta segunda-feira (21) seu plano B para tentar salvar o Brexit. A expectativa é para a reação parlamentar à alternativa para o problema na fronteira da Irlanda e se é possível evitar a separação sem acordo.

E por conta dos intermináveis problemas em casa, Theresa May será uma das grandes ausências do Fórum Econômico Mundial em Davos. Na verdade, a maior parte do primeiro-escalão da geopolítica internacional tem coisa mais importante para fazer nos próximos dias.

Enraivecido com a oposição e obcecado pelo muro na fronteira com o México, Donald Trump cancelou a viagem de sua comitiva à Suíça.

Na França, Emmanuel Macron tenta lidar com os coletes amarelos e achou por bem ficar em casa.

Angela Merkel e Shinzo Abe serão os cicerones do mundo rico no encontro que terá mais desafios que líderes para debatê-los.

Sem Rússia, China, ou Índia na festa, cabe ao Brasil liderado pelo seu novo presidente o destaque entre os emergentes – ainda que o país chegue numa posição bem diferente da época em que os BRICS faziam sucesso.

Um dos destaques do encontro neste ano é ascensão do populismo e a maior democracia da América Latina virou estudo de caso neste assunto. Além de ter seu primeiro contato com o público internacional, que acompanhou atentamente a última eleição presidencial brasileira, Bolsonaro terá como missão convencer o investidor estrangeiro a voltar para o país.

Como destacou o jornal inglês Financial Times, o presidente brasileiro quer que o mundo o veja da mesma forma que seus seguidores mais fervorosos o fazem em casa: não como um direitista fora de controle, mas como um defensor conservador pela liberdade.

Embora a Bolsa de São Paulo esteja apresentando um bom desempenho, se é que isso pode ser considerado um bom barômetro do bem estar de uma sociedade, como lembra o FT, o desempenho se deve ao mercado interno.

Ainda falta convencer o investidor estrangeiro de que o país está no caminho das reformas estruturais necessárias para evitar um novo voo de galinha. Palanque para isso Bolsonaro terá com seu discurso nesta terça-feira (22) na abertura dos trabalhos na Suíça.

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