Declarações de Ciro e revisão da reforma trabalhista motivaram apoio a Alckmin, diz Paulinho da Força
Pré-candidato à presidência da República, Geraldo Alckmin (PSDB) deve mesmo ganhar o apoio do Centrão. O tucano tem nova reunião com o bloco nesta quarta-feira (25) e o anúncio oficial da aliança está previsto para esta quinta-feira.
Em entrevista ao Jornal da Manhã, o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (Solidariedade), exaltou que um dos pontos altos do apoio ocorreu após algumas declarações “equivocadas” de Ciro Gomes (PDT).
“Tivemos uma conversa na semana passada, assim como também estive com Ciro Gomes. Mas após algumas declarações do Ciro, o grupo resolveu conversar com o Geraldo Alckmin. Fizemos uma reunião na quinta e praticamente acertamos o apoio”, disse Paulinho.
De acordo com o representante do Solidariedade, a revisão da reforma trabalhista foi um dos itens que entraram na negociação. “Nós, do Solidariedade queremos refazer parte da reforma trabalhista. Sempre defendi a livre negociação, mas a reforma deixou um problema e pressupõe que as partes tenham força de negociação. Mas o lado dos trabalhadores ficou sem contribuição nenhuma”,
Segundo Paulinho, a reforma trabalhista não deixou nenhuma contribuição para manter a estrutura sindical, enquanto o setor patronal tem R$ 22 bilhões. No entanto, o parlamentar refuta a volta do imposto sindical e explica que a ideia é criar uma contribuição dentro da livre negociação que seria feita em assembleia, conforme antecipado pela comentarista Vera Magalhães.
Críticas ao Centrão
Já sobre o envolvimento dos partidos do Centrão em delações da Lava Jato, Paulinho reafirma que “denúncias” têm para todo o lado. Mesmo assim, segundo ele, o grupo tem mantido sua coesão. “Acertamos há algum tempo que teríamos candidato próprio. Em seguida, percebemos que como não há mídia para lançar um candidato e ele se viabilizar, deixamos os nomes e achamos que seria muito difícil alguém aparecer até a época das convenções”, afirmou.
“Nossos candidatos não saíram do 1% e até menos de um. Então, decidimos retirar os nomes e apoiar uma candidatura mais viável. Sobraram Alckmin e Ciro Gomes”, completou.
Embora não confirme que a aliança esteja praticamente fechada com o tucano, Paulinho reafirma que ainda há detalhes para serem discutidos, porém a distribuição de cargos não foi sequer discutida.
“O único partido que tocou numa questão programática fui eu. Faço questão de manter a estrutura sindical porque não existe democracia sem sindicato. Continuo lutando para defender os interesses do trabalhadores”, ressaltou.
Fim do Ministério do Trabalho
Defensor da causa sindical, Paulinho reconhece que há uma verdadeira fábrica de sindicatos no Brasil. Mas uma das propostas para enxugar a máquina administrativa é a extinção do Ministério do Trabalho, atualmente sob comando do PTB.
“Temos que fechar o Ministério do Trabalho. Hoje, esse é um problema. O governo deveria se criar um conselho e colocar trabalhadores e empresários para dirigir seus problemas”, disse.
Uma das alternativas é que as assembleias devem ter 20% da categoria, pois os sindicatos que não tem representatividade deixariam de existir.
Confira a entrevista completa:
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