Defensoria pública do Rio de Janeiro decide mover ação contra Cedae
A defensoria pública do Rio de Janeiro decidiu mover nesta quinta-feira (20) uma ação na justiça contra a Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro) para tentar o ressarcimento de cariocas e fluminenses afetados pela água desde o início deste ano, após não chegar a um acordo sobre o valor do desconto com a empresa.
Após cinco tentativas, a última e derradeira reunião entre as partes aconteceu na noite desta quarta-feira (19) na sede da defensoria pública do Rio de Janeiro, no centro da cidade, e terminou sem consenso. A defensoria e Cedae não convergiram em vários pontos sobre o desconto e critérios técnicos a serem adotados.
Segundo a defensora Patrícia Cardoso, que comandou as negociações, a Cedae fez uma série de exigências para conceder o desconto. A empresa queria que tivesse uma mudança em um decreto no Rio de Janeiro e uma a aprovação desta medida de desconto pelo conselho de administração da companhia.
Mas a defensoria pública tem pressa. A água está desde o início do ano com cor, gosto e cheiro de terra e, mesmo assim, as contas de janeiro chegaram normalmente nas casas dos consumidores para serem pagas sem qualquer tipo de desconto. A defensora, Patrícia Cardoso, acrescentou que saiu frustrada da reunião desta quarta-feira,mas ela tem esperança de um acordo com a Cedae.
“O nosso entendimento do que seria mais justo para que os consumidores tivessem a sensação real de reparação pelo dano sofrido. A gente não conseguiu chegar desta vez no acordo. Mas a gente pode ainda, neste caso, chegar em um acordo, só que na esfera judicial.”
A ação contra a Cedae será proposta nesta quinta-feira pela defensoria e será um desconto linear em reais para todos os consumidores.
O presidente da Cedae, Renato do Espírito Santo, que participou da reunião desta quarta-feira também acredita na possibilidade de um acordo judicial. “ Agora vai ter uma ação, então vai tentar esse acordo na justiça, e vai acontecer este acordo, mas os percentuais estão lá”, afirmou Renato.
Enquanto a água não melhora, os cariocas têm buscado outras alternativas, fervendo a água, ou seja, usando mais gás nas suas casas, ou comprando água mineral. Dados dos representantes de produção de água mineral mostraram que a produção do insumo da água mineral mais que dobrou em relação ao mesmo período do ano passado.
*Informações do repórter Rodrigo Viga.
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