Setor de delivery em SP tem nova tendência: cozinhas voltadas apenas para entregas

  • Por Jovem Pan
  • 13/01/2020 09h13 - Atualizado em 13/01/2020 09h27
ROBERTO CASIMIRO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO Homem andando de bicicleta com uma bag laranja Mercado de dark kitchen e kitchen as a service deve faturar US$ 75 bi até 2022 só nos Estados Unidos

O mercado de delivery em São Paulo é gigante, e não são só os aplicativos de entrega que faturam com isso. Esse segmento já consolidado criou um novo formato de operação chamado dark kitchen, ou cloud kitchen – cozinhas profissionais que alavancam a entrega de restaurantes.

Dessa ideia, surgiram novos modelos, como o chamado “kitchen as a service”. Na Capital, uma startup montou uma megaoperação para atender diversas marcas e especialidades gastronômicas em uma estrutura compartilhada – a Mimic, que recebeu um aporte financeiro de US$ 9 mi. O COO da companhia, Jean Paul Maroun, explica que o objetivo não é só oferecer o espaço da cozinha, mas a solução de delivery para uma marca.

“A Mimic monta a cozinha, contrata as pessoas, aprende o processo de execução da comida e executa o processo de produção. Quando falamos que colocamos a tecnologia nesse processo, é porque temos um processo de especificidade do alimento ou de engenharia de alimentos que permite que colocar uma experiência igual a do restaurante porta do cliente. A nossa razão de existir é essa. Pegamos produtos muito bons, de marcas parceiras muito boas, e fazemos pequenos ajustes para que esse produto possa viajar melhor e chegar melhor na mão do cliente.”

Um dos parceiros que a Mimic escolheu foi a hamburgueria Patties, que nasceu no começo de 2019. Criador da marca, Henrique Azeredo conta que o novo modelo de delivery veio para revolucionar o mercado paulistano.

“O mercado é bem agressivo. Quando a marca começou a ficar mais conhecida, os aplicativos se aproximaram perguntando quanto queríamos em dinheiro, queriam exclusividade. Mas nós pensamos no melhor para o produto, não na grana, e a Mimic foi a alternativa que estávamos sonhando. Me contaram que o core business era fazer o delivery da melhor maneira. Comer meu produto aqui na loja, na hora, e comer meia hora depois, é diferente, uma outra ciência. Foi preciso muito estudo, talvez o consumidor não perceba na mordida, mas tenho certeza que foi o melhor para o produto.”

O mercado de dark kitchen e kitchen as a service deve faturar US$ 75 bi até 2022 só nos Estados Unidos. No Brasil, ainda não há uma previsão de faturamento, mas a expectativa é de um futuro promissor.

* Com informações do repórter Victor Moraes.

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