Deltan Dallagnol admite preocupação com a Lava Jato após a eleição

  • Por Jovem Pan
  • 02/08/2018 09h14 - Atualizado em 02/08/2018 09h14
Pedro de Oliveira/ ALEP Ex-procurador da Lava Jato Deltan Dallagnol "Logo que abaixou a poeira foram aprovadas leis para gerar impunidade, indultar crimes, e é o que pode ocorrer após as eleições", disse

A poucos meses das eleições, há a preocupação por grande parte da sociedade e de entidades de combate à corrupção de que não se tenha uma renovação política no Congresso e nos Estados, além, claro, da Presidência da República.

A preocupação, inclusive, atinge também o Ministério Público e a força-tarefa da Operação Lava Jato. Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, o procurador da República Deltan Dallagnol reiterou: “logo que abaixou a poeira foram aprovadas leis para gerar impunidade, indultar crimes, e é o que pode ocorrer após as eleições. É o período mais crítico da história da Lava Jato (…) Essa é a grande preocupação que nós temos”.

Apesar de evidenciar os casos de corrupção, as investigações podem ter dois efeitos nas eleições deste ano. O primeiro é levar as pessoas a escolherem melhor os seus representantes, e o segundo é a pessoa passar a entender que todos os candidatos são corruptos e que integridade não é um critério de seleção.

“A gente pode buscar influenciar esse processo exercendo cidadania. Com esse objetivo que entidades se reuniram para fazer a campanha ‘Unidos Contra a Corrupção’”, explicou Dallagnol.

A campanha objetiva ensinar o cidadão de que ele pode votar segundo suas preferências, mas que fique atento a se seus candidatos atendem pressupostos básicos como: passado limpo, compromisso com a democracia e que apoiem o pacote anticorrupção.

“Pessoas podem não ser anjos, mas serão comprometidas com esses pontos”, disse sobre aqueles que, de certa forma, merecem o apoio do eleitor. “Se conseguirmos colocar 50% de congressistas comprometidos, vamos ter grande perspectiva de mudanças”, finalizou.

Confira a entrevista exclusiva com o procurador da República, Deltan Dallagnol:

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