Denúncias de abuso contra crianças e adolescentes caem durante a quarentena

  • Por Jovem Pan
  • 19/05/2020 05h51 - Atualizado em 19/05/2020 07h55
Pixabay O suspeito é do sexo masculino em 87% dos registros e, igualmente, de idade adulta, entre 25 e 40 anos, para 62% dos casos

Dados do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos apontam que dos 159 mil registros feitos pelo Disque 100 ao longo de 2019, quase 87 mil foram referentes à violações de direitos de crianças e adolescentes.

O índice é quase 14% maior do que o registrado em 2018. Cerca de 11% dessas denúncias dizem respeito a casos de violência sexual. Isso quer dizer que, ao longo do ano passado, foram registradas cerca de 17 mil ocorrências do tipo, somente pelo disque 100.

Como explica a ministra Damares Alves, os dados mostram a importância de olhar com cuidado para as crianças e adolescentes, que na grande maioria das vezes precisam de alguém para ajudar a denunciar o crime.

Os números cresceram muito no início deste ano, em relação a 2019. As explicações, segundo o ministério, ainda estão sendo avaliadas. O que se sabe é que há influência tanto da melhoria do atendimento nos canais de denúncia quanto do isolamento social.

No entanto, segundo o Ouvidor Nacional dos Direitos Humanos, Fernando César Pereira, o fato de as crianças e adolescentes estarem ficando em casa durante a quarentena pela Covid-19 dificulta o registro das ocorrências.

O levantamento do Ministério permitiu identificar que a violência sexual conta crianças e adolescentes acontece, em 73% dos casos, na casa da própria vítima ou do suspeito, mas é cometida por pai ou padrasto em 40% das denúncias.

O suspeito é do sexo masculino em 87% dos registros e, igualmente, de idade adulta, entre 25 e 40 anos, para 62% dos casos. Em 46% das denúncias recebidas, a vítima é adolescente, do sexo feminino, e tem entre 12 e 17 anos.

*Com informações do repórter Antonio Maldonado

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