Dependência energética da Rússia é difícil de contornar e vira entrave para futuro da Europa
Cerca de 50% do gás natural da Alemanha vem da Rússia; outros países como Áustria e Hungria importam 60%
A Rússia detém cerca de 40% do gás natural que alimenta toda a Europa, além de 25% do petróleo consumido no continente. Para especialistas, essa dependência energética acaba virando um entrave para a região em meio ao conflito com a Rússia. Nathana Garcez, especialista em política energética explica que, após a revolução de 1917, o país aumentou os níveis de produção de gás natural e petróleo e descobriu reservas dentro de seu território. “Ao longo do tempo, historicamente sendo uma grande produtora, foi natural que a Europa, região com poucas reservas de gás natural e petróleo, foi fazendo um caminho em direção à Rússia”, afirma.
A Alemanha é a potência mais afetada por essa dependência energética. Cerca de 50% do gás natural do país vem da Rússia. Outros países como Áustria e Hungria importam 60%. A Polônia, que faz divisa com a Ucrânia, depende de 80% do mesmo gás. Pedro Rodrigues, do Centro Brasileiro de Infraestrutura, avalia que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) não é capaz de suprir a demanda russa. Segundo o especialista, não há uma alternativa a curto prazo. “No médio e longo prazo tem que voltar a pensar na energia nuclear. A frança já está lutando com isso, a Europa já conseguiu aprovar financiamentos”, defende.
*Com informações do repórter Victor Hugo Salina
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