A depender de quórum, votação de denúncia contra Temer pode se estender até à noite

  • Por Jovem Pan
  • 02/08/2017 06h26 - Atualizado em 02/08/2017 11h51
Agência Câmara “O presidente Rodrigo Maia quer impedir que a gente tenha um debate aprofundado e que a população possa assistir essa votação no horário da noite, entre 18h e 22h”, disse Zarattini

O ambiente na Câmara na véspera da votação da denúncia contra o presidente Michel Temer ainda é de incerteza. Não sobre o resultado, pois é quase um consenso de que o Governo possui votos suficientes para barrar as investigações. Mas não se pode afirmar ainda se a votação vai acontecer nesta quarta-feira (02) ou em que horário ela deve começar.

A tendência é que, de manhã, o quórum mínimo de 342 deputados para iniciar a votação não seja alcançado. A dúvida maior é quanto à parte da tarde. Dependendo de quantos deputados o Governo for colocando no plenário, a oposição pode ou não aparecer na sessão.

A intenção de opositores do Governo é, na pior das hipóteses, estender os debates até o fim da tarde. Assim, a votação aconteceria à noite, no horário nobre da TV.

O rito da sessão, definido pelo presidente da Casa Rodrigo Maia, prevê apenas dois deputados a favor e dois contra na fase de discussões. A decisão foi alvo de críticas do líder do PT, deputado Carlos Zarattini: “o presidente Rodrigo Maia quer impedir que a gente tenha um debate aprofundado e que a população possa assistir essa votação no horário da noite, entre 18h e 22h”.

Líderes dos partidos de esquerda negociam com dissidentes da base aliada para que eles também não registrem presença. Mas, por enquanto, nem a própria oposição tem um pensamento único. Alguns defendem votar nesta quinta-feira, mesmo se perder.

O deputado Sílvio Costa (PT do B) acredita que se a oposição estiver unida, não vai ter votação: “nós não temos os 342 votos então a tese é simples. Se a oposição quiser usar o regimento, nós temos número para não dar quórum”.

São necessários precisa de 342 votos para que a denúncia seja aceita pela Câmara. Já o Governo, apenas 172 para afastar o início das investigações.

*Informações do repórter Levy Guimarães

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