Depoimento de Lula a Moro ocorre nesta quarta (13) e Curitiba se prepara para novas mobilizações
O novo depoimento do ex-presidente Lula ao juiz federal Sérgio Moro está marcado para esta quarta-feira (13) em Curitiba, na sede da Justiça Federal e promete, mais uma vez, dividir a cidade.
O último encontro ocorreu quatro meses atrás e foi chamado de o “confronto final”, “o dia D” e classificações semelhantes que foram atenuadas pelo próprio juiz na audiência, ainda no caso do tríplex do Guarujá.
Desde então, muita coisa aconteceu. Lula foi condenado no processo do tríplex, personagens mudaram de lado, foram presos ou ganharam outros contextos e papéis que farão de Curitiba um cenário diverso, mas não menos dividido neste dia 13.
O ex-presidente, que volta à cidade na condição de réu em uma ação que investiga um suposto recebimento de R$ 12 milhões em propinas da Odebrecht, já foi confirmado em um ato público no fim da tarde em frente ao Paço Municipal.
A ideia dos organizadores é repetir a mobilização e os debates de maio.
Durante o dia, os simpatizantes prometem sair às ruas em mobilização coordenada pelas frentes Brasil Popular e Resistência Democrática e também pelo Fórum de Lutas 29 de Abril.
Já o grupo Curitiba Contra a Corrupção e o Movimento Brasil Livre preparam um “evento de recepção” ao petista no Museu do Olho, segundo a coordenadora do MBL, Denise Souza: “um ‘adesivaço’, ‘bandeiraço’, carro de som, Pixuleco, para conscientizar as pessoas da mobilização que devemos ter sobre a vinda de Lula para o depoimento ao juiz Sérgio Moro”.
Novamente haverá um esquema especial de segurança: o prédio da Justiça Federal do Paraná terá acesso restrito e as ruas próximas vão ser bloqueadas.
A defesa de Lula chegou a pedir a suspensão do interrogatório, mas o juiz Sérgio Moro negou o pedido.
Além de Lula, mais um réu também prestará depoimento na sede da Justiça Federal: o ex-assessor de Palocci, Branislav Kontic. Já o advogado e amigo do ex-presidente, Roberto Teixeira, pediu e conseguiu um novo adiamento da oitiva alegando problemas de saúde.
Depois que todos forem interrogados, o processo entra na fase complementar para que o Ministério Público Federal e as defesas, caso julguem necessário, solicitem ou apresentem documentos adicionais ou peçam ao juiz que novas testemunhas sejam ouvidas.
Na sequência, vem a etapa das alegações finais. Por fim, o juiz Sérgio Moro dará a sentença, mas não há prazo para que ele decida.
Desde que a denúncia foi aceita, em 2016, já foram ouvidas 97 testemunhas e cinco dos oito réus. O depoimento do ex-ministro de Lula e Dilma, Antonio Palocci, foi o mais surpreendente até agora.
Apesar de toda tensão ainda se especula que são grandes as chances de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vá a Curitiba para depor em um ônibus rodoviário – como o que usou na recém-encerrada caravana pelo Nordeste – e comece em seguida a segunda perna de seu périplo pelo Brasil, desta vez rumo ao Sul.
Em maio, quando Lula depôs pela primeira vez, ele chegou em um jato particular emprestado pelo ex-ministro Walfrido Mares Guia, e foi recebido por apoiadores que vieram de vários Estados do País, acamparam em um terreno ao lado da rodoferroviária e marcharam por ruas da cidade.
*Informações da repórter Carolina Ercolin
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