Depois de violar pacto, Irã pode deixar acordo nuclear

O Ministério de Relações Exteriores do Irã sinalizou, nesta segunda-feira (10), que o país pode e deixar o acordo nuclear dependendo dos próximos acontecimentos. Nos últimos dias, a Organização das Nações Unidas (ONU) confirmou que o Irã desrespeitou o acordo e aumentou o nível de enriquecimento de urânio estabelecido em 2015.
De acordo com o pacto, o país não poderia passar de 3,67%, mas desde o último domingo (7) o patamar atingiu os 5%. As autoridades iranianas ainda ameaçaram aumentar até 20% o enriquecimento e reiniciar centrífugas desativadas. Esta é a segunda violação cometida por Teerã.
O governo iraniano afirma, no entanto, que o material será usado para fins pacíficos, como fornecimento de combustível para alimentar centrais térmicas.
A decisão do Irã é uma resposta aos Estados Unidos e países signatários do acordo. No ano passado, Donald Trump tirou Washington do pacto alegando que o Teerã financiava o terrorismo, restando somente Reino Unido, China, França, Alemanha e o próprio Irã. O presidente norte-americano também anunciou sanções econômicas e fez com que alguns parceiros deixassem de comprar petróleo daquele país.
Os persas pediram que os outros signatários do tratado ajudassem a minimizar os impactos das barreiras dos Estados Unidos. Sem sucesso, o presidente Hassan Rohani decidiu violar alguns termos na tentativa de pressionar esses países.
Reino Unido e França se pronunciaram nos últimos dias e manifestaram preocupação com as decisões de Rohani. A China lamentou que o Irã tenha desrespeitado as normas, mas completou que são respostas ao bullying dos Estados Unidos.
*Com informações da repórter Nanny Cox
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