Desafios do Governo na fronteira com a Venezuela avançam para questão humanitária
Apesar de medidas do governo brasileiro para organizar a entrada de venezuelanos no país, o problema está longe de ser resolvido, principalmente quanto à questão humanitária dos refugiados e a situação das regiões que recebem os imigrantes.
Morando em ruas e praças ou até de favor em cidades do Norte do Brasil, os venezuelanos que pediram refúgio evitam o retorno ao próprio país, com medo de serem presos e torturados.
Porém, os imigrantes também têm demonstrado preocupação com ataques ocorridos em território brasileiro. Só na semana passada, uma família foi atingida por uma bomba caseira e uma criança de 3 anos sofreu queimaduras de segundo grau, em Boa Vista. Dias antes, um homem foi flagrado ateando fogo em direção à varanda de uma casa onde vivem 31 venezuelanos.
A diretora do Human Rights Watch no Brasil, Maria Laura Canineu, destacou os desafios para integrar a população venezuelana no território brasileiro: “o que a gente vê ainda é número grande de denúncias, ameaças e agressões arquivadas no Brasil por falta de investigação. O sistema ainda desencoraja denúncia”.
Maria Laura Canineu, diretora da ONG Human Rights Watch no Brasil, ressaltou ainda que o governo venezuelano ignora a crise humanitária, e pontuou que o Itamaraty precisa continuar pressionando a gestão de Nicolás Maduro a cessar a repressão e aceitar ajuda das nações latino-americanas.
A Colômbia, que também convive com a chegada de venezuelanos que tentam escapar da crise, já reforçou os controles na fronteira, mas garantiu que oferecerá ajuda humanitária.
No Brasil, o Governo pretende distribuir para os Estados de São Paulo, Paraná, Amazonas e Mato Grosso do Sul, parte dos refugiados que entraram no país por Roraima.
*Informações do repórter Matheus Meirelles
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