Desenvolvimento sustentável precisa avançar de forma responsável, diz governador do Amazonas
O governador do Amazonas, Wilson Lima, não acredita que o recém criado Conselho Nacional da Amazônia vá tomar decisões sem consultar os governadores da região — mesmo que a categoria não esteja inclusa após decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro.
Em entrevista ao Jornal da Manhã, Lima lembrou que metade da população de seu Estado está na linha da pobreza e que falta serviços básicos essenciais, como: água para consumo, internet e energia elétrica.
“O grande questionamento é como promover o desenvolvimento sustentável. Como vamos explorar os recursos e conciliar com a preservação do povo indígena e quilombola? Isso tem que ser feito de forma responsável, preservando recursos naturais e sem agressão ao meio ambiente. Precisamos preservar o nosso povo antes de tudo.”
Wilson Lima disse “não saber exatamente” porque os Estados ficaram de fora do Conselho, mas afirmou confiar no vice-presidente Hamilton Mourão — que coordena os trabalhos. “Confio muito no Mourão. Ele já serviu aqui e conhece muito bem a região, principalmente no sentido de avançar no desenvolvimento sustentável. Não acho que vão tomar uma decisão sem que antes haja consulta aos governadores.”
Violência
Sobre a alta dos índices de violência na região, Wilson Lima ressaltou que é importante entender a situação geográfica do Estado. “Estamos em fronteira com o Peru e a Colômbia, dois dos maiores produtores de droga. Tem muita briga de grupos criminosos por espaço.”
Ele explica que as ações criminosas se intensificaram porque houve um aumento do cerco e da pressão por parte de autoridades. “Em 2020 já apreendemos 2 toneladas de drogas e mais de 230 armas. Eles vão entrar em confronto. Como já percebemos antecipadamente, tomamos medidas de inteligência e prevenção, como a suspensão de visitas nos presídios.”
Wilson Lima apresentou a situação ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro — que se colocou à disposição para enviar a Força Nacional à região caso haja necessidade. O Estado do Amazonas também estuda transferir detentos para unidades de segurança máxima.
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