Deslizamento de terra em Niterói mostra que políticas de prevenção de desastres são insuficientes

  • Por Jovem Pan
  • 12/11/2018 06h41 - Atualizado em 12/11/2018 07h56
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Reprodução/TV Globo O acontecimento que matou mais de 10 pessoas no Morro da Boa Esperança, se soma em um longo histórico de tragédias brasileiras

O deslizamento de terra ocorrido na cidade de Niterói, no Rio de Janeiro, nesse sábado (10), levanta novamente a questão da necessidade de prevenção e redução de riscos de desastres.

O acontecimento que matou mais de 10 pessoas no Morro da Boa Esperança, se soma em um longo histórico de tragédias brasileiras.

De 2010 até ano passado, o país teve 18.848 desastres reconhecidos pela Secretaria Nacional de Defesa Civil. Entre eles, deslizamentos, alagamentos, inundações e seca. Apenas no Estado do Rio de Janeiro foram registrados 124 desastres de 2010 até 2016.

Dentre eles, estão a tragédia do Morro do Bumba, localizado também na cidade de Niterói, cujo deslizamento de terra deixou 48 mortos em 2010 e os deslizamentos na região serrana do Rio de Janeiro, em 2011, com 918 mortes.

A pesquisadora do Laboratório de Gestão de Riscos da Universidade Federal do ABC e doutora em Geografia pela Universidade de São Paulo, Katia Canil, explicou que dentre ações de prevenção que podem ser feitas está o mapeamento das áreas por meio de planos municipais.

O Ministério das Cidades definiu por metodologia avaliar regiões em quatro graus diferentes conforme seu risco. Áreas chamadas de R1, são de risco baixo, R2 risco médio, R3 risco alto e R4 risco muito alto.

Katia Canil ainda lembrou que mesmo quando se mapeia uma área como sendo de risco muito alto, a remoção de famílias não pode ser imediata.

Leonardo Freitas, pesquisador do Laboratório de Geohidroecologia e gestão de Riscos da UFRJ, destacou que as formas de mapeamento feitas na país ainda são precárias, o que pode justificar o fato de órgãos responsáveis como Departamento de Recursos Minerais do Rio de Janeiro, por exemplo, não ter classificado a área do Morro da Boa Esperança como de alto risco.

Os pesquisadores também lembram que para o erro não se repetir é importante que o poder público realize um trabalho junto a comunidade de preparação e atenção ao risco.

*Informações da repórter Victoria Abel

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