Detido nos EUA, traficante de armas enviava equipamentos para o Brasil desde 2013

Divulgação De acordo com os investigadores, Barbieri mandava remessas de eletrônicos para o Brasil desde maio de 2013

A Justiça americana divulgou nesta terça-feira (27) documentos com detalhes da investigação que levou a prisão de Frederick Barbieri, no sábado pelo Serviço de Imigração e Alfândegas dos Estados Unidos.

De acordo com os investigadores, Barbieri mandava remessas de eletrônicos para o Brasil desde maio de 2013 e os documentos apontam também que o traficante usou a transportadora NB Enterprises para enviar itens para o Brasil.

Os registros revelam que 520 motores elétricos, 124 aquecedores de água, 15 unidades de ar condicionado e mil e duzentas luzes de LED chegaram ao Brasil com armamento camuflado em meio as mercadorias.

Além disso, a empresa Alpha International foi usada para enviar cerca de 32 aquecedores de água e 100 motores elétricos para o Brasil de 11 de junho de 2016 a 19 de maio de 2017, também contendo armamento traficado.

Um representante da NB Enterprises contou à polícia que Frederick Barbieri entrou em contato no dia seguinte à apreensão das armas de fogo no Brasil, para se informar sobre o “status” do envio.

Durante tal ligação, o réu pediu para que a empresa destruísse a documentação de envio associada à encomenda. Após uma solicitação da Justiça, a NB Enterprises fez uma ligação gravada ao réu, onde ele repete as instruções para a queima de arquivo.

O documento divulgado ontem destaca ainda uma grande diferença nos valores das armas adquiridas nos Estados Unidos: os rifles AK-47 e AR-15 têm um valor aproximado de 15 a 20 mil dólares no mercado negro no Brasil.

No entanto, o custo de varejo dessas armas de fogo nos Estados Unidos é de aproximadamente 700 a, no máximo, mil dólares.

As autoridades americanas também apresentaram uma foto de 52 fuzis apreendidos em um depósito de Barbieri nos EUA.

Frederik Barbieri, que cancelou a participação em uma audiência judicial na segunda-feira por motivos de saúde, esteve na corte americana ontem quando recebeu os direitos dele lidos por uma Juiza.

O réu afirmou que vai pedir fiança e uma nova audiência foi marcada para amanhã de manhã em Miami, estado da Flórida nos Estados Unidos.

*Informações da repórter Neila Carvalho