Diferença entre veneno e remédio é a dose, diz diretor da Prevent sobre uso da cloroquina

  • Por Jovem Pan
  • 24/03/2020 09h57 - Atualizado em 24/03/2020 12h32
André Rodrigues/Governo do Amapá Duas caixas do medicamento com o composto sulfato de hidroxicloroquina Ele reforçou que a notícia dos estudos não deve estimular a procura e o uso desenfreado do remédio -- o que aconteceu após pronunciamento do presidente

A rede Prevent Senior anunciou que, em meio a muitas pesquisas, irá testar o uso da cloroquina em todos os casos da covid-19 em seus hospitais. O diretor da empresa, Pedro Batista Júnior, porém, destacou que a automedicação não deve ser feita porque pode ser fatal.

De acordo com ele, em entrevista ao Jornal da Manhã, os primeiros testes foram feitos, após autorização, na mãe dos donos da Prevent Senior — que estava incubada com coronavírus.

“Para começar esse estudo foi feito um stress de dinâmicas que, só na Prevent, tem mais de 100 pessoas. São 2,5 mil médicos que foram consultados e seguem orientações. Essa medicação não é corriqueira, não se deve tomar porque ela é toxica. A diferença entre o veneno e a medicação é a dose. Dependendo da dose, pode matar.”

Ele reforçou que a notícia dos estudos não deve estimular a procura e o uso desenfreado do remédio — o que aconteceu após pronunciamentos do presidente dos EUA, Donald Trump, e do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro.

“A cloroquina é utilizada há mais de 30 anos no Brasil para tratamento da malária, da lúpus e de alguns tipos de artrite. Só que, com as falas das autoridades, houve uma corrida desnecessária em busca dele nas farmácias. A cloroquina não deve ser utilizada nesse momento nem para tratamento, nem para prevenção.”

“Os estudos existem para que tenhamos respostas mais rápidas para avaliar a segurança do medicamento. Enquanto essa metodologia não for comprovada, não se deve fazer o uso dessa medicação”, alertou.

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