Digitalização pode impulsionar PIB em R$ 1 trilhão, diz estudo da FGV

Pesquisa foi feita em parceria com o movimento Brasil Competitivo, que aponta a capacidade de ampliação da produtividade existente no país

  • Por Jovem Pan
  • 10/12/2022 13h33
ThisisEngineering RAEng/Unsplash Cercados por peças metálicas guardadas em stands, dois homens e uma mulher olham a tela de um computador em uma ala de uma fábrica de carros De acordo com pesquisa, 98% dos clientes do setor de máquinas, engenharia industrial, automotivo e elétrico esperam aumentar a eficiência com a tecnologia digital

Se o Brasil investisse na digitalização de processos seria possível injetar mais de R$ 1 trilhão no PIB do país. Uma pesquisa realizada pelo movimento Brasil Competitivo em parceria com a Fundação Getúlio Vargas fez uma comparação com a economia dos Estados Unidos. Nos últimos cinco anos, a oferta digital brasileira cresceu em média 5,7% enquanto a dos Estados Unidos, 7,1%. Se o Brasil ampliasse a oferta nos patamares dos norte-americanos, a digitalização seria capaz de gerar um aumento de R$ 422 bilhões. No cenário mais desafiador, o incremento poderia chegar a R$ 1,12 trilhão. De acordo com a diretora executiva do MBC Tatiana Ribeiro o maior obstáculo está na educação. “A gente precisa de alguma forma fazer com que a gente avance na alfabetização digital, então fazer com que crianças e até pessoas mais velhas possam usar o máximo da tecnologia. E a gente também precisa entender que a gente precisa formar profissionais nessas áreas. Hoje a gente tem um grande apagão de mão de obra. Se a gente realmente precisasse pensar numa ação única, hoje, seria a formação de mão de obra nessa área. Então, a gente realmente precisa avançar muito na agenda de educação. A gente precisa de infraestrutura, a gente precisa avançar, em segurança cibernética, a gente precisa dar apoio e conseguir aumentar a visão de pequenos negócios para uso de tecnologia”, diz

Tatiana Ribeiro, que faz parte do movimento Brasil Competitivo, ressalta que a pandemia aumentassem a oferta digital, mas que ainda há um grande potencial não explorado. “Micro e pequenas empresas, muitas delas se mantiveram vivas na pandemia porque começaram a usar canais digitais para vender seus produtos, por exemplo. Quando a gente faz uma avaliação da economia como um todo, da maturidade, a gente vê que ela é muito pouco explorada ainda, a gente usa muito pouco o potencial que isso tende a agregar. Ao invés de só disponibilizar um produto digitalmente, é possível levar a digitalização para dentro do processo produtivo, para ganhar mais eficiência. A gente precisa avançar muito ainda na maturidade dessa digitalização para toda a economia”, argumenta. Os empregos digitais apresentaram crescimento de quase 5% nos últimos cinco anos. Ocupações digitais ainda tem remuneração acima da média e uma produtividade superior em relação a outras atividades. Segundo o estudo, o dado demonstra capacidade de resiliência diante de crises.

*Com informações da repórter Nanny Cox

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