Diretor de imunização do Ministério da Saúde alerta para baixa cobertura vacinal e a volta de doenças erradicadas
Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, Eder Gatti, comentou o lançamento do Movimento Nacional pela Vacinação, mobilização do Governo Federal que busca atrair os grupos prioritários para receber a dose de reforço da vacina bivalente contra a Covid-19 e também visa recuperar as coberturas vacinais de outros imunizantes
No início desta semana, o Governo Federal lançou o Movimento Nacional pela Vacinação, mobilização que busca atrair os grupos prioritários para receber a dose de reforço da vacina bivalente contra a Covid-19 e também visa recuperar as coberturas vacinais de outros imunizantes, como os da poliomielite e sarampo. Para falar sobre o tema, o Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, entrevistou o diretor do Departamento de Imunização e Doenças Imunopreveníveis do Ministério da Saúde, Eder Gatti. O especialista em saúde pública fez um alerta para o retorno de doenças que antes estavam erradicadas no país: “Infelizmente, nos encontramos em um cenário muito preocupante. Nos últimos anos, nós registramos uma queda de coberturas vacinais de diversas vacinas, vacinas que são importantes para doenças que estavam eliminadas no nosso território. Por exemplo, as coberturas contra a poliomielite, a paralisia infantil, e as coberturas de vacinas do sarampo estavam extremamente baixas. Isso coloca a nossa população em uma situação extremamente vulnerável, porque outros países têm essas doenças e essas doenças podem voltar. Então, nós lançamos uma mobilização agora para estimular a população a se vacinar, procurar os postos de saúde e colocar a sua carteira vacinal em dia”.
“A importância de se imunizar é garantir a proteção contra doenças que são preveníveis, que são evitáveis, mas que infelizmente podem matar. O SUS oferece não só as vacinas da Covid-19, mas várias vacinas contra diversas doenças que estão disponíveis nos postos de saúde de graça para a população”, declarou. A respeito da distribuição da vacina bivalente da Pfizer, Gatti explicou qual a estratégia adotada para aplicar tais doses que já estão atualizadas contra as subvariantes da Ômicron: “Agora a gente passa por uma fase de transição. Estamos com uma incidência baixa e de olho na pandemia para ver para onde vai a doença. Encaramos que esse é o momento de transição. Por isso, nós escolhemos os grupos prioritários, ou seja, aquelas pessoas que tem maior risco de adoecer e morrer pela doença, para receber essa vacina bivalente (…) Por enquanto, vamos focar nos grupos prioritários e para os demais nós temos vacinas Covid disponíveis e específicas para outros grupos. Aí fazemos a recomendação para toda a população, não só para os grupos prioritários, para procurar os postos de saúde e colocar a vacinação contra a Covid-19 em dia”.
O diretor do Ministério da Saúde também destacou que a cobertura das doses de reforço está baixa e criticou a postura do governo anterior com relação á imunização: “Nós temos uma boa parcela da população que tomou as duas doses iniciais, o esquema básico. Essa proporção é relativamente confortável se compararmos com outros países, só que a cobertura vacinal é baixa principalmente nos reforços. A gente tem a recomendação de uma dose de reforço para pessoas com menos de 40 anos, de 40 a 60 anos uma recomendação de duas doses de reforço e agora pessoas com 60 anos ou mais vão ter o direito de receber mais um reforço de bivalente. Mas as coberturas vacinais para os reforços é baixa e também temos uma cobertura vacinal baixa para as crianças, porque não houve oferta de vacina até dezembro para esse grupo etário”
“Infelizmente as pessoas diminuem a percepção da doença quando a doença diminui a incidência. Somado a isso, é bom lembrar que a população foi bombardeada com informações equivocadas sobre a doença e a vacinação. Informações que vieram através das redes sociais, as famosas fake news, que é uma produção criminosa de informação. E também tivemos vindo da boca de autoridades, inclusive do próprio presidente da República anterior, falas contrárias à vacinação. Isso infelizmente desestimula sim a população a se vacinar. Então agora a gente precisa retomar a confiança na vacinação. Nós precisamos dizer para as pessoas que as vacinas salvam vidas, as vacinas são seguras e que infelizmente a Covid pode matar. Esse é o nosso discurso agora, um discurso pela ciência e pela vida”, afirmou. Confira a entrevista completa no vídeo abaixo.
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