Diretor de “O Mecanismo” diz esperar mais dos formadores de opinião de esquerda
O diretor José Padilha rebateu críticas à série “O Mecanismo”, da Netflix, e afirmou que esperava mais dos formadores de opinião de esquerda.
Em um artigo publicado na Folha de S. Paulo, o cineasta disse ter pensado que em “algum momento a esquerda fosse acordar do estupor ideológico e ajudar na luta contra o mecanismo da corrupção”.
A fala de Padilha acontece dias depois da série ter estreado no canal de streaming e causado bastante movimentação nas redes sociais.
A polêmica, principalmente com grupos de esquerda, aconteceu por causa de uma cena do quinto episódio da série.
Na trama, o personagem Higino, inspirado em Lula, usa a expressão “estancar a sangria”, ao falar da necessidade de barrar investigações da Lava Jato.
Mas, a famosa frase famosa não é da ficção e na verdade foi dita pelo senador Romero Jucá, gravado clandestinamente.
“Tem que resolver, tem que mudar o governo pra estancar essa sangria”, ele diz.
Ainda no artigo, Padilha reforçou que a Lava Jato só aconteceu por causa da chegada de uma pessoa “sem nenhuma experiência política” à Presidência.
A ex-presidente Dilma Rousseff foi uma das pessoas que fez duras críticas contra a série da Netflix.
O diretor de “O Mecanismo” ainda ressaltou que se a lei de delações tivesse sido sancionada com o PSDB no poder, “os políticos denunciados teriam sido Aécio, Serra e FHC”.
Para ele, criou-se no país um ambiente em que o dogmatismo ideológico da esquerda radical e o cinismo pragmático da direita fisiológica se uniram.
O propósito dessa união seria negar o inegável: o fato de que todas as lideranças dos grandes partidos brasileiros são corruptas.
*Informações da repórter Marcella Lourenzetto
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