Diretor diz não ter ‘nada contra’ participação de empresas no Museu Nacional, mas que prioridade é outra
Mais de uma semana após o incêndio que destruiu a maioria do acervo no Museu Nacional, a expectativa agora é pelo resgate do que restou e a reconstrução do local. Mas junto a isso, existem muitas cobranças para a direção do Museu de modo que a administração e conservação da instituição seja mais eficaz.
Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, o diretor do Museu Nacional, Alexander Kellner, reiterou que a situação problemática vem sendo apresentada por diretores do Museu Nacional há tempos, mas explicou que a preocupação inicial é de recuperar as obras, e não pensar em transformar o museu em uma fundação.
Kellner comparou a situação atual do Museu Nacional com a de mineiros presos em um desabamento de mina ao dizer que a prioridade é o resgate de quem está nos escombros. “Em princípio acho que podemos discutir vários pontos onde poderia melhorar a questão administrativa e captação de verbas. Museu tem agente captador, além do mais, o momento que estamos passando talvez não seja o melhor momento para discutir esses aspectos”, disse.
Kellner, entretanto, afirmou não ter “nada contra a participação de particulares e empresas na questão da cultura de forma geral”, mas mostrou receio sobre o “como fazer”.
Nesta terça-feira (11), a Universidade Federal do Rio de Janeiro enviou ao Ministério da Educação a documentação que define os critérios para contratar serviços emergenciais para a reconstrução do Museu Nacional, que registrou um incêndio de grandes proporções no último dia 02.
Alexander Kellner explicou que esta é a primeira documentação para definir o que precisa ser feito para a segurança de peritos e quanto a futuras ações para resgate de obras incendiadas.
Ele reafirmou ainda que a responsabilidade principal pelo abandono do Museu Nacional está diretamente ligado à falta de sensibilidade de vários governos com essas questões. “Já que ocorreu, talvez seja o momento de repensar como ajudar melhor essas instituições. No Museu Nacional não temos posição se esse ou aquele movimento ou decreto seja favorável”, finalizou.
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