Disparo de arma piora imagem de Milton Ribeiro, mas não amplia pressão por CPI do MEC

Requerimento para abertura da investigação parlamentar só possui 25 assinaturas e precisa de 27 para ser pleiteada

  • Por Jovem Pan
  • 27/04/2022 09h56 - Atualizado em 27/04/2022 11h14
RAFAEL BANDEIRA/LEIAJÁIMAGENS/ESTADÃO CONTEÚDO - 28/10/2020 Milton Ribeiro Ex-ministro da Educação do governo Bolsonaro, Milton Ribeiro

O disparo acidental da arma de fogo do ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, no aeroporto de Brasília fez alguns estragos. Uma pessoa chegou a ser atingida por estilhaços. Entretanto, a imagem de Ribeiro pode ter sido a maior afetada. Apesar de a defesa dele ter informado que ele tem porte de arma e registros de caçador, atirador desportivo ou colecionador e de Polícia Federal ter devolvido a arma a Ribeiro, o episódio repercute no Congresso Nacional de forma negativa. Ainda assim, não amplia a pressão para a criação da CPI do MEC, para investigar irregularidades na gestão dele.

Milton Ribeiro pediu demissão do Ministério da Educação após denúncias do pedido de propina por pastores evangélicos para priorizar a liberação de recursos do MEC. O caso não possui nenhuma relação com armas de fogo. Mesmo assim, o senador Marcelo Castro (MDB-PI), presidente da Comissão de Educação do Senado Federal, que analisa o caso de Ribeiro, diz que o acidente é prejudicial ao ex-ministro. “Isso é mais um fator que vai comprometer um pouco a imagem do ministro”, comentou.

A tentativa de criação de uma CPI do MEC envolveu até denúncia de fraude na coleta de assinaturas e não prosperou. Como não existe um prazo formal para instalação da CPI, a possibilidade disso ocorrer segue sem previsão. Até agora, estão registrados 25 nomes. Se a lista voltar a ter 27 assinaturas, o documento vai ao plenário para a leitura do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que decide então sobre a abertura ou não da CPI.  O senador Marcelo Castro ainda não assinou o requerimento.

“Se, ao final das oitivas das pessoas que estão envolvidas nesse fato todo aqui, nós não tivermos os esclarecimentos desses fatos, que são da mais alta gravidade, e a gente chegar à conclusão de que haveria necessidade de uma investigação mais profunda, que só uma CPI poderia fazer, então, nessa circunstância, eu já disse publicamente, eu assinarei”, afirmou Castro. Segundo o presidente da Comissão de Educação do Senado, não há um plano B, se a CPI não for instalada, mesmo que atinja o mínimo de assinaturas necessárias, a Comissão seguirá com audiências públicas para esclarecer os fatos sobre a intermediação indevida recursos do MEC.

*Com informações do repórter Katiuscia Sotomayor

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