Ditador chinês visita o Tibete pela primeira vez em três décadas

Devido a situação política na região, apenas um presidente da China em exercício esteve lá desde a criação desde 1949

  • Por Jovem Pan
  • 24/07/2021 06h53
EFE/EPA/LI XUEREN / XINHUA MANDATORY CREDIT / EDITORIAL USE ONLY/NO SALES - 21/07/2021 Xi Jinping no Tibete Viagem de Xi Jinping coincide com os 70 anos das tropas comunistas, considerada por Pequim como uma “libertação pacífica”

O líder chinês, Xi Jinping, chegou na quarta-feira, 21, ao Sudeste da região autônoma do Tibete. A visita coincide com os 70 anos das tropas comunistas, considerada por Pequim como uma “libertação pacífica”. Devido a situação política delicada na região, apenas um presidente chinês em exercício esteve lá desde a criação da república popular da China em 1949. Foi em 1990. O atual presidente já havia visitado a região, em julho de 2011, mas como vice-presidente. Segundo imagens divulgadas pela rede de tevê nacional, ao descer do avião, o líder cumprimentou uma multidão vestida com trajes tradicionais e que agitava bandeiras chinesas. O presidente foi recebido por parte de funcionários locais de alto escalão e das massas populares de todos os grupos étnicos, segundo a emissora pública.

De acordo com uma nota divulgada sobre a visita, o presidente pediu o reforço da “unidade nacional” e do “patriotismo” dos moradores do Tibete. Ele também convocou a população a “defender o território nacional”, em um contexto de tensões fronteiriças com a vizinha Índia, mais de um ano depois de confrontos entre as potências asiáticas. A comitiva foi de trem para Lhasa, a capital tibetana, na quinta-feira, 2, e visitou o palácio do Dalai Lama, líder espiritual dos tibetanos que vive exilado na Índia desde 1959. De acordo com o movimento pró-tibetano, os habitantes de Lhasa disseram que foram espionados antes da visita. Também foram mencionados bloqueios de estradas e aumento da vigilância policial. Desde os distúrbios antichineses de 2008, Pequim investiu milhões de dólares no Tibete, na esperança de conter a influência do Dalai Lama. Apesar disso, a insatisfação não acabou e ainda ocorrem imolações de monges leais ao Dalai Lama.

*Com informações do repórter Fernando Martins 

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