Dividida politicamente, Itália está num beco sem saída

  • Por Ulisses Neto/Jovem Pan
  • 08/05/2018 11h32 - Atualizado em 08/05/2018 11h50
EFE/ Angelo Carconi Homem grisalho em pronunciamento público Presidente da Itália, Sergio Mattarella ,fez um apelo para que os partidos aceitem a formação de um governo provisório neutro até o fim de 2019

O sistema parlamentarista também tem das suas armadilhas que podem levar um país a ficar ingovernável. Ou, melhor dizendo, sem nenhum governo mesmo.

A Itália está passando exatamente por isso dois meses depois de uma eleição que não deu maioria clara para ninguém.

Os partidos não se entenderam e nesta segunda-feira (7), o presidente Sergio Mattarella fez um apelo para que os partidos aceitem a formação de um governo provisório neutro até o fim de 2019 para pelo menos aprovar o próximo orçamento do país.

Mas nem os apelos do chefe de estado surtiram efeito. As duas maiores forças da última votação, o anti-establishment político Movimento Cinco Estrelas e o extrema-direita Liga já rechaçaram a proposta e pedem que uma nova eleição seja realizada no mês que vem.

Porém, nada indica que uma nova votação pode acabar com o impasse político e a Itália entrou num limbo político surpreendente até mesmo para um país que não está lá tão habituado assim a estabilidade.

Mattarella afirmou que o país não pode esperar, mas ao que parece é justamente isso que vai acontecer. O que o presidente gostaria de fazer seria aprovar o orçamento e novas regras eleitorais antes de uma nova votação.

Os impactos desse novo cavalo de batalha na Itália, uma das maiores economias da União Europeia, ainda parecem limitados no resto do bloco. Talvez o continente já esteja habituado às inconsistências do parlamento em Roma.

 

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