Dodge opina contra pedido de Lula por suspeição de Moro e diz que é preciso avaliar diálogos
A procuradora-geral da República pediu que o Supremo Tribunal Federal (STF) negue a solicitação para anular o processo que condenou o ex-presidente Lula. Na manifestação, Raquel Dodge afirmou que o pedido foi embasado no conteúdo divulgado pelo site The Intercept, que revela supostas conversas entre o então juiz Sergio Moro e o coordenador da Lava Jato, Deltan Dallagnol.
Para ela, a defesa está usando fatos sobre os quais há dúvidas jurídicas e não tiveram a autenticidade analisada e confirmada. Dodge também reforça que ainda não há provas que o conteúdo revelado pelo site não sofreu modificações e adulterações.
A procuradora-geral completou que as supostas mensagens podem ter sido obtidas de forma criminosa e, por isso, representam a violação da garantia à privacidade das comunicações entre as autoridades. A defesa do ex-presidente Lula respondeu que Raquel Dodge erra ao dizer que o Habeas Corpus é baseado nas reportagens.
Os advogados afirmaram que o pedido foi impetrado no dia 5 de novembro do ano passado e, portanto, antes da divulgação das reportagens do The Intercept.
Segundo o comunicado de Cristiano Zanin Martins e Valeska Zanin Martins, o HC tem como base fatos concretos que mostram imparcialidade do ex-juiz Sergio Moro.
No dia 13 de junho deste ano, de acordo com a defesa do petista, as reportagens foram apenas incluídas nos autos daquele Habeas Corpus.
Após um pedido de vista do ministro Gilmar Mendes em abril deste ano, o pedido de liberdade foi encaminhado para a Segunda Turma do STF. Os magistrados podem analisar o pedido da defesa do ex-presidente Lula na próxima terça-feira (25).
No entanto, será o último dia antes do recesso do Judiciário, o que pode adiar o julgamento do HC do petista para o mês de agosto.
*Com informações da repórter Nanny Cox
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