Dois abusadores em coletivos de SP são soltos horas após molestarem mulheres

  • Por Jovem Pan
  • 31/08/2017 08h33 - Atualizado em 31/08/2017 11h47
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Marina Ogawa/Jovem Pan Marina Ogawa/Jovem Pan A primeira vítima disse se sentir indignada com a justiça: “eu estou me sentindo um lixo"

Dois dias, dois casos registrados de abuso sexual contra mulheres dentro de ônibus na Avenida Paulista. E o resultado: agressores em liberdade.

Pouco mais de 24 horas foi o período que Diego Ferreira de Novais, 27 anos, ficou detido por ejacular no pescoço de uma mulher, na terça (29). Nesta quarta-feira (30) à tarde foi solto por decisão do juiz José Eugênio do Amaral Souza Neto, de acordo com pedido de relaxamento do flagrante do promotor Márcio Takeshi Nakada.

O magistrado entendeu que não houve um ato de constrangimento mediante violência ou grave ameaça. Para o juiz José Eugenio inexistiu um crime, mas sim uma contravenção penal, um ato ofensivo ao pudor.

Em declaração à repórter Marina Ogawa, do Portal Jovem Pan, a vítima disse se sentir indignada com a justiça: “eu estou me sentindo um lixo, porque para a Justiça eu não fui constrangida. Como que uma lei de 1941 pode proteger uma mulher do nosso século?”.

Como Diego já tinha outras cinco ocorrências do tipo o juiz recomendou um tratamento psiquiátrico e psicológico para evitar a repetição da conduta.

Especialista no que tange a Lei Maria da Penha, Regina Beatriz da Silva, discordou da interpretação do magistrado: “é um crime de violação sexual mediante fraude. Praticar ato libidinoso com alguém que de fato houve, mediante qualquer meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima”.

O segundo caso ocorreu ontem à tarde, na altura da Alameda Joaquim Eugênio de Lima. A vítima relatou que o agressor, ao lado, passou a mão nela. O motorista fechou a porta e chamou a polícia, que deteve o abusador.

“Aí ele colocou uma blusa em uma das mãos para disfarçar. Eu senti, me senti confusa e assustada e logo já me afastei e avisei às outras mulheres que estavam ao redor que ele estava me assediando”, contou.

O agressor deste caso nem sequer passou por audiência de custódia, foi liberado na própria delegacia.

*Informações do repórter Felipe Palma

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