Dois meses após desabamento de prédio, Prefeitura de SP começa a mudar estratégia de auxílio
A Prefeitura de São Paulo afirmou que os acampados que continuam no largo do Paissandu não estavam no prédio que desabou em maio.
O município disse que 435 famílias se apresentaram como vítimas do desastre do edifício Wilton Paes de Almeida. Desse total, 291 conseguiram comprovar vínculo com a ocupação e receber o auxílio-moradia.
A Prefeitura destacou que as pessoas que permanecem no largo do Paissandu são de outras regiões da cidade e que não moravam no prédio. O município afirmou também que vai reforçar as abordagens de assistência social e as tentativas de realizar limpeza no local.
O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, disse que os critérios para comprovar vínculo com a ocupação foram bastante flexíveis: “qualquer tipo de comprovação, dizer quem estava no quarto ao lado, qualquer prova apresentada foi utilizada. A gente partiu do pressuposto que era preferível ter alguém que não estava recebendo auxílio-aluguel do que alguém que estava não recebendo auxílio-aluguel”.
Por outro lado, a reportagem encontrou o caso de uma pessoa que mesmo comprovando que estava na ocupação, não conseguiu obter qualquer benefício.
O autônomo Carlos Alberto Evangelista Braga morava com a mulher até dois anos atrás. Eles mantinham uma união estável e viviam juntos num conjunto habitacional da CDHU. Quando se separaram, o autônomo foi para o edifício Wilton Paes de Almeida, mas não consumou a separação com a antiga companheira.
Por causa disso, Carlos Alberto Evangelista Braga ainda constava como um dos proprietários do imóvel da CDHU e não teve acesso ao auxílio-moradia.
O incêndio e desabamento do edifício Wilton Paes de Almeida aconteceram no dia 1º de maio. Sete pessoas foram dadas como mortas e outras três ainda são consideradas desaparecidas depois da tragédia.
*Informações do repórter Tiago Muniz
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