Doria recolhe livros escolares com menção à identidade de gênero: ‘erro inaceitável’

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), mandou recolher materiais escolares da rede estadual de ensino que tratam de diversidade sexual e identidade de gênero. As apostilas estavam sendo utilizadas em aulas de ciências por alunos do oitavo ano do ensino fundamental, adolescentes com idades entre 13 e 14 anos.
O material retirado de circulação tinha cerca de três páginas tratando de conceitos sobre sexo biológico e orientação sexual. Ao explicar o que é identidade de gênero, a publicação apresenta o seguinte trecho: “Podemos dizer que ninguém ‘nasce homem ou mulher’, mas que nos tornamos o que somos ao longo da vida.”
No Twitter, Doria afirmou que o material possui um “erro inaceitável” e que o governo não concorda e nem aceita o que chamou de “apologia à ideologia de gênero”.
Em entrevista coletiva na tarde desta terça-feira (3), Doria disse que o governo vai apurar quem foi o responsável pela publicação. “Eu não vi a cartilha, eu tive notícias sobre as informações desta cartilha, mas essas notícias, confirmadas pelo secretário, foram suficientes para a decisão do governo de São Paulo de determinar o recolhimento e inutilização dessas cartilhas, além de apurar quem fez, porque fez e porque distribuiu.”
“É um erro inaceitável a apologia da ideologia de gênero. Não é razoável que crianças e adolescentes tenham esse tipo de orientação na escola. Essa é uma posição do nosso governo”, continuou.
O material ainda traz o significado de diferentes termos como “transgênero”, “homossexual” e “bissexual”, além de orientações sobre gravidez e doenças sexualmente transmissíveis.
Em nota, Secretaria da Educação do estado informou que o conteúdo era “impróprio para a respectiva idade e série e em desarranjo com as diretrizes desta gestão”. A pasta ainda argumenta que “o tema de ‘identidade de gênero’ está em desacordo com a Base Nacional Comum Curricular aprovada em 2017 pelo Ministério da Educação e também com o Novo Currículo Paulista, fixado em agosto deste ano.”
*Com informações da repórter Victoria Abel
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