Editorial: Muito obrigado, Joseval Peixoto
Meus amigos,
Estamos aqui reunidos para homenagear um narrador esportivo que produziu peças com presença assegurada em qualquer antologia dos grandes momentos das transmissões radiofônicas.
A sua voz de contralto eternizou, por exemplo, o milésimo gol de Pelé e os instantes mais admiráveis da mais deslumbrante das Copas: a de 1970, em que o Brasil conquistou o tricampeonato no México.
Estamos aqui reunidos também para homenagear um advogado que brilha intensamente na constelação dos juristas de fina linhagem.
Ele mostrou o que seria já no momento em que recebeu o diploma da lendária Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. Foi ele o orador de uma turma composta por grandes oradores.
Estamos aqui, enfim, para homenagear um soberbo apresentador de programas jornalísticos.
Ele sempre exibiu, empunhando um microfone, a naturalidade do narrador apaixonado por futebol e o conhecimento de causa do advogado que encantava os espectadores do seu desempenho nos tribunais.
Graças a essas virtudes o apresentador descreveu uma trajetória luminosa, orientada permanentemente por um bordão que sua voz tornou famoso:
O mundo se modifica de minuto a minuto. O rádio continua apresentando os fatos que alteram a vida e modificam esta caminhada do homem. Este é mais um capítulo vivo da historia.
Cada uma dessas três raridades humanas mereceria uma festa. O assombroso é que as três estão reunidas numa única pessoa… Joseval Peixoto!
Para orgulho de todos nós, essa figura extraordinária se confunde com a nossa Jovem Pan.
Tal destino começou a ser traçado já nas iniciais dos nomes do profissional e da Empresa em que passou 52 anos de sua vida.
Jota de Joseval e Jovem! E P de Peixoto e Pan!
Pouquíssimos seres humanos conseguem descobrir em vida que já se tornaram eternos pelo que fizeram.
Joseval sabe disso há muito tempo.
No caso de Pelé, por exemplo, bastaria ter consumado o milésimo gol para compreender que havia garantido a sua vaga no panteão reservado aos melhores e mais brilhantes.
No entanto, o craque genial prosseguiu ampliando seu imenso acervo de gols inesquecíveis e jogadas mágicas.
Foi assim também com Joseval. Ele poderia ter sido apenas o grande advogado, ou o grande narrador esportivo, ou o grande apresentador do Jornal da Manhã.
Como tanta coisa lhe pareceu pouco, ele juntou os três personagens num corpo só e se transformou numa figura incomparável.
Joseval Peixoto é um homem único, múltiplo e irrepetível.
Em nome de todos os amigos da Jovem Pan, em nome de todos os aqui presentes e em nome de milhões de brasileiros, encerro esta rápida saudação com a frase que resume nosso sentimento coletivo:
Muito obrigado, Joseval Peixoto.
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