Eleições em Israel quase foram adiadas para ataque a Gaza, diz jornal

  • Por Jovem Pan
  • 17/09/2019 09h32 - Atualizado em 17/09/2019 11h08
EFE Apesar de ter apoio de ultraortodoxos, Netanyahu enfrenta denúncias de corrupção que diminuem a popularidade

Faltam menos de 24 horas para as eleições que definem o rumo da política em Israel. O país realiza nesta terça-feira (17) a segunda eleição geral em cinco meses, depois do atual primeiro-ministro Benjamin Netanyahu não conseguir reunir uma coalizão majoritária e optou por dissolver o parlamento e convocar novas eleições.

Na segunda-feira (16), o jornal israelense Haaretz revelou que o governo estudou adiar o pleito por chance de ataques à Faixa de Gaza. De acordo com a publicação, o conselheiro de Segurança Nacional de Israel, Meir Ben-Shabbat, se reuniu com o líder da Comissão Central de Eleições para pensar em um suposto adiamento das eleições.

O jornal também informou que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu desistiu dos planos de um movimento militar incomum na Faixa de Gaza, por possíveis implicações de longo alcance, como o próprio adiamento das eleições.

Netanyahu é o político que ocupou por mais tempo o cargo de premier no país. O principal concorrente dele é o ex-general Benny Gantz.

A intenção de votos nos dois partidos é praticamente igual: as pesquisas projetam que cada um teria 32 assentos dos 120 existentes no Parlamento israelense, chamado de Knesset.

Apesar de ter apoio de ultraortodoxos, Netanyahu enfrenta denúncias de corrupção que diminuem a popularidade. A eleição desta terça, inclusive, ocorre um mês antes dele comparecer perante a Justiça para responder as acusações.

Na última semana, Netanyahu prometeu anexar mais terras no vale do Jordão ao estado israelense. A Cisjordânia ocupada é uma área-chave no conflito com palestinos, que consideram a promessa o fim do processo de paz.

Neste domingo, o governo israelense autorizou a legalização de uma colônia judaica na região. As pesquisas indicam uma disputa acirrada entre o partido conservador de Netanyahu, o Likud, e o Azul e Branco, liderado por Benny Gantz.

Outro impasse é possível, e alguns existe a possibilidade de uma terceira eleição.

*Com informações da repórter Marcella Lourenzetto

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