Eleições na Itália terminam em impasse e questionamentos sobre coalizão
As eleições parlamentares da Itália neste domingo (04) seguiram à risca a tradição política do país e terminaram em impasse.
As questões no momento são: é possível uma coalizão de partidos populistas? Centro-esquerda e centro-direita podem se unir? Ou a solução será convocar uma nova eleição?
Não há vencedor com maioria suficiente para formar um governo e muita negociação está por vir nas próximas semanas.
O que há, no entanto, é uma indicação clara dada pelos eleitores de que a política tradicional já não desce mais pela goela da maioria da população.
É verdade que a coalizão de direita liderada por Silvio Berlusconi terminou em primeiro lugar.
Mas a Liga, partido com propostas populistas e forte aversão à imigrantes e à União Europeia, terminou à frente do tradicional Forza Italia, do ex-primeiro-ministro.
Matteo Salvini, líder da Liga, e Berlusconi têm um acordo de cavalheiros determinando que o partido mais votado da coalizão escolherá o novo primeiro-ministro da Itália.
Acontece que sozinha essa coalizão não tem cadeiras suficientes no parlamento para governar.
E isso aconteceu porque o Movimento Cinco Estrelas, formado por um comediante que estava farto do clientelismo na política italiana, conseguiu quase um terço do total de votos.
É difícil definir o Cinco Estrelas porque suas propostas são difusas e complexas nas mais diversas áreas.
Alguns comentaristas europeus simplesmente classificam o movimento como populista, o que na prática significa dizer que quase a metade dos eleitores italianos aderiu a ideais que dividem a sociedade em dois grupos homogêneos e antagônicos, o ‘povo simples’ e a ‘elite corrupta”, como define o professor Cas Mudde, uma das referências no assunto.
Uma onda que está sendo surfada ao redor do mundo votação atrás de votação. A ver quem irá conseguir entrar nessa e ficar em pé aí no Brasil.
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