Em 23 anos, Brasil registra morte de 64 jornalistas e comunicadores

Rio de Janeiro foi o Estado com mais mortes de jornalistas no período, seguido por Bahia e Maranhão

  • Por Jovem Pan
  • 01/05/2019 08h23
Pixabay microfone Os profissionais que trabalham longe dos grandes centros e em pequenos veículos de forma independente são os principais alvos de ataques

Um relatório do Ministério Público mostra que 64 jornalistas e comunicadores foram mortos no exercício da profissão no Brasil, entre 1995 e 2018.

Em apenas metade desses casos, a investigação foi capaz de apontar os responsáveis e dar início a uma ação penal na Justiça. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (30), pelo Conselho Nacional do Ministério Público.

Os profissionais que trabalham longe dos grandes centros e em pequenos veículos de forma independente são os principais alvos de ataques.

De acordo com o relatório, o Rio de Janeiro foi o Estado com mais mortes de jornalistas no período, seguido por Bahia e Maranhão.

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, afirmou que os assassinatos de jornalistas significam uma forma de censura e um atentado à democracia.

De acordo com a Unesco, o Brasil é o sexto país mais perigoso do mundo para os profissionais da comunicação.

No ano passado, a ONU divulgou um relatório apontando que a cada quatro dias, um jornalista foi morto no mundo entre 2016 e 2017.

A diretora da Unesco no Brasil, Marlova Noleto, destacou que os dados não dão a dimensão da complexidade do problema.

Segundo o estudo do MP, houve um pico de mortes de jornalistas no Brasil entre 2001 e 2016, com média de seis casos por ano.

O recorte temporal utilizado no relatório, de 1995 para cá, considerou o prazo de prescrição dos crimes, de 20 anos. O levantamento destaca algumas propostas para melhorar a situação, como a criação de uma rede de troca de informações entres as unidades dos Ministérios Públicos, e a ampliação de parcerias com entidades da sociedade civil.

*Informações da repórter Natacha Mazzaro

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