Em balanço, Dodge rebate críticas de Fachin e nega ter ‘travado’ a Lava Jato

  • Por Jovem Pan
  • 18/09/2019 06h28
  • BlueSky
ESTADÃO CONTEÚDO Nesta quarta-feira (18), ela transfere o cargo para o subprocurador Alcides Martins, que assume interinamente

A procuradora-geral da República (PGR), Raquel Dodge, apresentou um balanço dos dois anos em que comandou o Ministério Público Federal. No último dia à frente da instituição, nesta terça-feira (17), ela se disse com “esperança de que dias melhores virão.” Segundo ela, temos “uma população mais educada e informada”, com instituições “fortes e respondendo aos anseios da população.”

Durante o mandato, Dodge apresentou 64 denúncias ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Superior Tribunal de Justiça (STF), com 224 pessoas denunciadas. Entre elas, autoridades como os ex-presidentes Lula e Michel Temer e o presidente Jair Bolsonaro quando ele ainda era deputado federal. Também foram instaurados 95 inquéritos e enviados dezenove pedidos de homologação de delações premiadas.

Na despedida do cargo, ela rebateu críticas feitas pelo ministro do Supremo, Edson Fachin, que cobrou dela, nos últimos dias, maior velocidade no andamento de investigações da Lava Jato. A procuradora negou que tenha segurado algum caso e disse que fortaleceu a estrutura da força-tarefa. “Eu não a criei, mas eu a fortaleci, ampliando o número de procuradores. E também permiti que, todo o financiamento necessário para essa força-tarefa estivesse disponível”, afirmou.

Dodge também foi questionada se vê no governo Bolsonaro alguma ameaça à garantia de direitos fundamentais. A procuradora disse se preocupar com uma eventual proteção a determinados grupos. “A atuação de qualquer governo que visa proteger alguns setores em detrimento de outros. Eu acho que o papel do governante é sempre de desenhar políticas inclusivas, para uma sociedade plural.”

Nesta quarta-feira (18), Dodge transfere o cargo para o subprocurador Alcides Martins, que assume o Ministério Público Federal (MPF) interinamente enquanto o Senado não aprova a nomeação de Augusto Aras. O relatório favorável à indicação feita por Bolsonaro vai ser lido hoje na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal e deve ser aprovado pela Casa na semana que vem.

*Com informações do repórter Levy Guimarães

  • BlueSky

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.