Em crise, Santa Casa de São Paulo pretende demitir 152 médicos
A Santa Casa de São Paulo informou nesta terça-feira (19) que pretende demitir 152 médicos. O anúncio foi feito em reunião com representantes do Sindicato dos Médicos de São Paulo.
Segundo a ata do encontro, 44 profissionais deixarão de atuar na UTI da Santa Casa e o serviço será terceirizado por uma empresa ainda não definida. Além disso, a instituição pretende desligar, sem reposição, sete médicos do Laboratório, quatro da Câmara Hiperbárica, 10 do Plantão controlador e 12 de outros setores.
O hospital particular Santa Isabel, que é ligado a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia, também será afetado. 55 profissionais deixarão de atuar no Pronto Socorro do hospital e 20 na UTI.
De acordo com a administração da Santa Casa serão pagas todas as verbas rescisórias aos médicos. Os pagamentos podem ser feitos em até 30 parcelas.
O presidente do Simesp, Eder Gatti, afirmou que, com as demissões, a Santa Casa põe “na conta” dos médicos a crise da instituição: “essa crise acontece por conta de subfinanciamento do SUS promovido pelo Estado e também por gestões equivocadas de uma estrutura que tem inquéritos investigando irregularidades prévias”.
Em nota, o Sindicato dos Médicos afirmou que a terceirização irá piorar a qualidade de assistência, prejudicará as atividades de ensino dentro da instituição e precarizará as relações de trabalho.
Na próxima quinta-feira (21), o Simesp vai realizar uma assembleia com os médicos para debater uma contraproposta para o hospital.
A Santa Casa vem dizendo que “sempre busca alternativas para sua eficiência econômico-financeira” e que “em nenhum momento haverá interrupção do atendimento assistencial prestado pela instituição”.
*Informações do repórter Afonso Marangoni
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