Em delação, Pedro Corrêa fala de Lula e diz que Cunha era “máquina de arrecadar dinheiro”

  • Por Jovem Pan
  • 17/10/2017 07h48
EFE/FERNANDO BIZERRA JR EFE/FERNANDO BIZERRA JR De acordo com Pedro Corrêa, Cunha era uma "máquina de arrecadar dinheiro", "um monstro"

Em delação premiada, Pedro Corrêa fala de Lula e diz que Eduardo Cunha era “máquina de arrecadar dinheiro”. Os depoimentos do ex-deputado foram prestados em abril do ano passado e em agosto deste ano. Mas os vídeos com trechos dos depoimentos da delação premiada foram divulgados apenas nesta segunda-feira (16).

Pedro Corrêa contou que o ex-presidente Lula participou diretamente da escolha de Paulo Roberto Costa para a diretoria de abastecimento da Petrobras: “o presidente participou diretamente na nomeação dele para a diretoria”.

Ele também relatou as negociações, no Governo Lula, para comprar o apoio do PMDB na nomeação de Paulo Roberto Costa e também de Nestor Cerveró.

De acordo com o delator, houve um pedido de propina de doze milhões de reais para que o PMDB apoiasse esses nomes na Petrobras.

A assessoria de Lula reforçou que Pedro Corrêa inventa acusações mentirosas para obter benefícios judiciais.

Na delação, o ex-deputado também falou sobre o homem por trás de um esquema de arrecadação de dinheiro para o PMDB: o ex-líder da Câmara, Eduardo Cunha.

De acordo com Pedro Corrêa, Cunha era uma “máquina de arrecadar dinheiro”, “um monstro”.

Ele disse que o político impressionava pela capacidade de arranjar dinheiro de todo jeito e declarou que Cunha tinha uma coragem imensa.

Corrêa diz ter certeza de que Eduardo Cunha recebeu parte do dinheiro que Costa e Cerveró conseguiram para o PMDB na eleição de 2006.

Ele também afirmou que foi procurado depois das eleições de 2002 por Cunha e pelo deputado federal Julio Lopes, que teriam se queixado na época das dívidas de campanhas.

Na ocasião, ele disse aos parlamentares que os dois tinham acabado de chegar em Brasília, e que “foram com muita sede ao pote”, iriam “acabar cassados”. E alertou a dupla de que o cargo de deputado federal era muito visado.

A Jovem Pan não conseguiu contato com o deputado Julio Lopes nem com a defesa do ex-deputado Eduardo Cunha até o fim desta reportagem.

*Informações da repórter Marcella Lourenzetto

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.