Em depoimento, Emílio Odebrecht confirma que aprovou reforma no sítio de Atibaia ligado a Lula

  • Por Jovem Pan
  • 08/11/2018 07h27 - Atualizado em 08/11/2018 11h27
Reprodução Reprodução Emílio contou que, no último dia de mandato de Lula, disse ao ex-presidente que a reforma do sítio estaria pronta em poucos dias, mas o petista não respondeu

O patriarca Emílio Odebrecht foi interrogado nesta quarta-feira (07). Ele confirmou a juíza Gabriela Hardt que aprovou a reforma no sítio de Atibaia ligado ao ex-presidente Lula. Ele contou que no último dia de mandato de Lula, disse ao petista que a reforma do sítio estaria pronta em poucos dias, mas o petista não respondeu.

O empresário Marcelo Odebrecht, delator da Operação Lava Jato e filho de Emílio, disse que as reformas do sítio de Atibaia estavam ligadas à pessoa física do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em depoimento à juíza substituta Gabriela Hardt, o empreiteiro contou que soube da obra quando ela já estava em andamento.

Essa ação penal investiga se o petista recebeu propina da Odebrecht e da OAS por meio da aquisição e de reformas do sítio Santa Bárbara, em Atibaia, no interior de São Paulo, em troca de favorecimento em contratos com a Petrobras.

Marcelo Odebrecht afirmou que logo no início, quando tomou conhecimento da obra, foi contra, por se tratar de uma exposição desnecessária. Segundo ele, a decisão de bancar as obras no sítio foi do pai dele, Emílio Odebrecht, e as despesas foram acertadas na “planilha italiano”, que era gerenciada pelo então ministro Antonio Palocci, e contabilizava propinas destinadas ao PT.

Em outro trecho do interrogatório, Marcelo Odebrecht disse que reclamou com o pai sobre valores muito altos que o PT, via Palocci, pedia ao grupo.

O ex-executivo da construtora, Alexandrino Alencar, também foi ouvido e contou que as obras no sítio foram feitas a pedido da ex-primeira dama Marisa Letícia, que queria presentear Lula quando ele deixasse a presidência.

Ele afirmou que levou a solicitação a Emílio Odebrecht, que autorizou a reforma. Alexandrino disse ainda que em fevereiro de 2011, compareceu ao escritório do advogado Roberto Teixeira, amigo de Lula para regularizar a obra feita no sítio de Atibaia.

Ao todo, 13 acusados serão ouvidos pela juíza substituta Gabriela Hardt, que está à frente da Operação Lava Jato no Paraná. O depoimento do ex-presidente Lula está marcado para o dia 14 de novembro.

*Informações da repórter Natacha Mazzaro

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