Em depoimento, Skaf nega recebimento de “Caixa 2” da Odebrecht

  • Por Jovem Pan
  • 05/05/2018 09h32 - Atualizado em 05/05/2018 10h01
Antonio Cruz / Agência Brasil Antonio Cruz / Agência Brasil Candidato ao Governo de SP disse que "todas as doações foram feitas oficialmente e que nunca recebeu doações via caixa-dois"

Ouvido no último dia 21 de março, o presidente da Fiesp e pré-candidato ao Governo de São Paulo pelo MDB, Paulo Skaf, confirmou à Polícia Federal o pedido de doação a Marcelo Odebrecht para sua campanha em 2014, mas negou que tenha combinado valores com o empresário e que o dinheiro seja fruto de caixa dois.

A PF apura se Skaf teria recebido de forma ilícita cerca de R$ 6 milhões para sua campanha, como apontou Odebrecht em sua delação premiada.

“O Paulo Skaf, que era candidato ao Governo de São Paulo, com quem eu tenho uma relação empresarial forte, me procurou, dizendo que contava com o seu apoio e pediu um valor que era meio irrealista para a candidatura lá em são Paulo,que era de R$ 6 milhões. Eu falei: ‘Paulo, eu não consigo, internamente, transitar 6 milhões de reais’, porque se eu avisar o meu diretor que vou dar 6 milhões de reais para você, crio uma referência para os outros candidatos”, afirmou Marcelo em seu depoimento.

“Então, dei uma solução para ele. Falei que o Temer estava pedindo R$ 10 milhões para o grupo dele e uma das candidaturas que eu entendia que ele estava apoiando era a do Skaf. Então, se o Temer concordasse em dar para ele, aí eu não teria problema. Na nossa lógica interna, o valor não seria dado para o Paulo. Seria dado para o Temer, e ele passaria para o Skaf”, finalizou o empresário.

O inquérito tramita no STF e tem como alvos o presidente Michel Temer, além dos ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco, o empresário Marcelo Odebrecht e o executivo Claudio Melo Filho.

Segundo Skaf, a doação foi solicitada “diretamente a Marcelo Odebrecht, sem envolvimento de Temer, Moreira Franco e Eliseu Padilha”. Além disso, o empresário ressaltou que “não ficou acertada nenhuma contrapartida pela doação” e que recebeu R$ 200 mil da Braskem, que faz parte do conglomerado Odebrecht, e que “todas as doações foram feitas oficialmente e que nunca recebeu doações via caixa-dois”.

Com informações do repórter Marcelo Mattos

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