Em dia atípico de muito calor, britânicos lotam praias na Inglaterra

Bournemouth, que está a cerca de 180 quilômetros ao sudoeste de Londres, ficou completamente cheia

  • Por Ulisses Neto/Jovem Pan
  • 26/06/2020 08h14 - Atualizado em 26/06/2020 09h08
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EFE O ministro da Saúde britânico chegou a indicar que o governo poderia fechar as praias novamente

Esse início de verão no hemisfério norte tem sido muito bonito — na quinta-feira (25) as temperaturas passaram dos 30 graus de novo na Inglaterra. O país registrou o dia mais quente do ano com 33.3 graus sendo registrados em Londres. É algo bem incomum para os britânicos — apenas alguns poucos dias do ano são assim. E o resultado é que os moradores do país perderam a compostura de vez mesmo em tempos de pandemia.

A praia de Bournemouth, que está a cerca de 180 quilômetros ao sudoeste de Londres, ficou completamente lotada. As imagens estão sendo repetidas constantemente na televisão por aqui e viralizaram nas redes sociais, porque o Reino Unido é o terceiro país do mundo com mais mortes por Covid-19: só perde para o Brasil e para os Estados Unidos. A pandemia não passou. As estatísticas das última semanas despencaram, mas em relação a Europa os caso continuam bem significativos na Inglaterra.

O ministro da Saúde britânico chegou a indicar que o governo poderia fechar as praias novamente se as regras de distanciamento social não forem respeitadas — mas outros setores do governo conservador resistem à ideia neste momento porque o país tenta retomar algum senso de normalidade.

Premier League

Nesta quinta-feira também o Liverpool se tornou campeão inglês pela primeira vez na era da Premier League. E aconteceu o que todo mundo sabia que aconteceria: milhares de torcedores foram até o Anfield Road, estádio do clube, para celebrar. As imagens também são impressionantes porque a aglomeração ocorreu como se nada estivesse acontecendo no país. Esse era um dos argumentos contra a volta do futebol — estava claro que não seria possível controlar este tipo de celebração.

O Liverpool sequer entrou em campo — a vitória do Chelsea sobre o Manchester City aqui em Londres garantiu o título para os Reds com sete rodadas de antecedência. E o que torna tudo ainda mais chocante é o fato de que justamente uma partida do Liverpool, contra o Atlético de Madrid, em 11 de março é considerada como uma das responsáveis por espalhar o coronavírus pela Inglaterra. A partida da Liga dos Campeões teve a presença de 55 mil torcedores, sendo três mil deles espanhóis.

O governo conservador já alertou diversas vezes que a economia britânica não irá suportar uma segunda onda de contaminações, mas o alerta parece não ter sido claro o suficiente.

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