Gravidez na adolescência cai ao menor nível em quase duas décadas em SP
Em São Paulo, o número adolescentes grávidas caiu pela metade em vinte anos.
Um balanço da Secretaria estadual de Saúde aponta que 2017 foi o ano com menos de 74 mil jovens mães, o menor número da história. Em 1998, o índice foi de pelo menos 148 mil mães com menos de 20 anos.
Em 96% dos casos, a faixa etária era entre 15 e 19 anos. Outra vitória é a redução também da gravidez de meninas entre 10 e 14 anos.
A coordenadora do Programa Saúde do Adolescente da Secretaria de Saúde do estado, doutora Albertina Duarte, acredita que além da distribuição de preservativos, a conversa e a conscientização coletiva foram fundamentais para o resultado.
“Todos os países que só distribuíram preservativos não fizeram mudanças, como o México. O que houve de mudança foi que nós instituímos casas do adolescente em vários lugares no Estado de São Paulo, os mais vulneráveis”, diz Albertina.
Atualmente existem 30 Casas do Adolescente em São Paulo. A doutora Albertina Duarte explica que além de informação e orientação, os locais também promovem projetos que buscam identificar emoções, medos e dúvidas dos adolescentes sobre sexo seguro, insegurança na relação e afetividade.
“Esses lugares começaram a ser buscados pelos adolescentes como espaços de ouvir e discutir seus problemas e emoções. Mas, paralelamente a isso, as outras unidades básicas passaram a atender os adolescentes e houve uma instalação da cultura de atendimento dos adolescentes. Não é informação que falta. Falta segurança para que os adolescentes mudem suas atitudes em relação à prevenção”, apontou a coordenadora do Programa Saúde do Adolescente.
São Paulo distribui uma média de 60 milhões de camisinhas masculinas e quase três milhões de preservativos femininos por ano. Só em 2017, mais de 75 milhões foram oferecidos gratuitamente em todo o estado.
As iniciativas que auxiliam na diminuição do número de meninas e jovens grávidas serão levadas à Organização Mundial da Saúde e devem servir de modelo para a América Latina.
A reportagem é de Marcella Lourenzetto ao Jornal da Manhã
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