Embaixador diz ter sido exonerado por críticas a Olavo de Carvalho
O embaixador Paulo Roberto de Almeida foi exonerado nesta segunda-feira (04), pelo Ministério das Relações Exteriores, da presidência do Instituto de Pesquisas de Relações Internacionais. O caso gerou maior repercussão por conta de comentários feitos pelo próprio embaixador.
Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, ele reiterou que sua exoneração tenha sido motivada por postagens feitas em seu blog pessoal com tons críticos ao Governo. Entretanto, ele ressaltou que algumas delas foram apenas replicadas de outros veículos de imprensa. “Há muitos anos mantenho esse blog, que comporta uma série de materiais pessoais que escrevo e de terceiros. O clipping do Itamaraty é completo e traz matérias publicadas pela imprensa a favor ou contra o Governo. Me parece estranho que o fato de eu ter replicado algo tenha sido motivo da minha exoneração. Mais provável que tenha sido por comentários críticos que tenho feito em outras postagens”, disse.
Sobre a argumentação do Itamaraty de que a exoneração teria ocorrido por conta de ofensas ao atual chanceler Ernesto Araújo, Paulo Roberto de Almeida ressaltou que apenas transcreveu matérias contrárias à atual política externa. “Atribuo então fator mais relevante pelo fato de ter chamado Olavo de Carvalho de sofista da Virgínia”.
O filósofo Olavo de Carvalho é considerado o responsável pela indicação do embaixador Ernesto Araújo para o Itamaraty.
A respeito de Ernesto Araújo, o embaixador disse ter ficado surpreso com a nomeação. “Ele foi diplomata normal, competente como são em geral. Mas não me consta que tivesse experiência suficiente para um cargo desse tipo. Normalmente são diplomatas seniores, juristas, não era o caso dele”, relatou.
Paulo Roberto de Almeida destacou ainda uma paralisação do Itamaraty por conta de dois fatores inéditos: quebra de hierarquia e reforma imposta sem consulta à Casa.
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