Empresas também precisam se adaptar à volta do trabalho presencial, diz consultor

Pesquisa de empresa americana de consultoria fez um levantamento que aponta que 39% dos funcionários estão dispostos a pedir demissão caso precisem deixar totalmente o home office

  • Por Jovem Pan
  • 14/11/2021 13h30
Pixabay pessoa mexendo em computador e editando o desenho de uma águia Trabalhando de casa, muitos funcionários acabam entregando e trabalhando mais, mas de maneira melhor distribuída ao longo do dia

Nos Estados Unidos, a população já começa a retomar o trabalho presencial. Mas, nem todos os trabalhadores querem deixar o sistema remoto. É o que mostra uma pesquisa da empresa americana de consultoria Gartner. O levantamento aponta que 39% dos funcionários entrevistados estão dispostos a pedir demissão caso o trabalho volte a ser presencial. Carlos Alberto Júlio é consultor e diz já ter percebido esse mesmo movimento aqui no Brasil nas empresas em que atua. Para ele muitas pessoas querem permanecer no home office pela praticidade. “As pessoas começaram a experimentar não ter que estar no trânsito, no transporte público, durante muito tempo, da flexibilidade de horários. Mães que perceberam a importância de estar em casa e dar mais atenção aos filhos”, comenta. Carlos Alberto Júlio pondera que o trabalho presencial também é importante para que a empresa consiga manter a identidade corporativa entre os funcionários.

A cientista de dados, Eduarda Espíndola, concorda que um dos principais atrativos do home office é a flexibilidade para o funcionário. A empresa em que ela atua trabalha com um sftoware que possibilita um monitoramento remoto do trabalho dos funcionários. Segundo ela eles puderam observar uma diferença no rendimento do trabalho: “Eu entregava uma quantidade maior de trabalho, mas eu também fazia uma jornada maior. No escritório, você é muito limitado pelo próprio horário. Se você pegasse início e fim, era um tempo muito maior, mas um trabalho muito mais distribuido ao longo do dia para se adequar às necessidades pessoais”, pontua.

Essa mudança para o modelo já ganhava força desde antes de 2020, mas a pandemia da Covid-19 acelerou esse processo, que, segundo a pesquisa, terá um impacto duradouro. A partir de agora, a expectativa é de que grande parte das empresas adotem o formato híbrido de trabalho. Algumas empresas estão receosas com a possibilidade de não conseguir contratar mão de obra o suficiente para o trabalho presencial. Mulheres e pessoas da área de informática estão entre os que preferem manter o home office. Por isso, diante dessa nova situação, Carlos Alberto Júlio afirma que é necessário uma adaptação dos dois lados, que poderia ser feita através do sistema híbrido.

*Com informações da repórter Camila Yunes

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