Não tem como enfrentar uma pandemia sem estatísticas confiáveis, diz governador do Alagoas

  • Por Jovem Pan
  • 08/06/2020 10h04 - Atualizado em 08/06/2020 10h26
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Reprodução/Facebook renan filho Renan Filho afirmou que as informações confusas vão "fazer com que a pandemia dure mais tempo no país"

O governador do Alagoas, Renan Filho (MDB), afirmou, em entrevista ao Jornal da Manhã desta segunda-feira (8), que a transparência de dados é fundamental para o enfrentamento da Covid-19. Segundo ele, cabe ao Ministério da Saúde tomar a frente para uma unificação das informações.

“Sem os dados consolidados aumenta a dificuldade para o enfrentamento da doença em diferentes regiões do país. É papel do Ministério da Saúde receber as informações e divulgá-las em horário que a população tome conhecimento. Não tem como enfrentar uma pandemia sem estatísticas confiáveis.”

Renan Filho afirmou que as informações confusas vão “fazer com que a pandemia dure mais tempo no país”. E ressaltou que “a doença se espalha de maneira diferente” em cada região do Brasil e que alguns estados tem formatos distintos para contabilizar os casos da Covid-19.

“É muito importante que o Ministério da Saúde apresente um caminho para unificação e uniformidade das estatísticas. Para que todo mundo enfrente também o desafio de ser o mais transparente possível”, disse o governador, afirmando que o Alagoas contabiliza as mortes por infecção do coronavírus apenas após resultado de teste, negando que haja um erro nas contagens.

A respeito da baixa dos índices de isolamento social no Alagoas, que foi de 34% no final de semana, Renan afirmou entender que um dos motivos para essa diminuição é que “a população tem também dificuldades impostas” pela pandemia. O governador, no entanto, diz esperar que a população colabore.

“Há uma sensação de que a doença, em alguns estados, já atingiu o seu máximo. Mas a gente precisa ter mais algum tempo para que a rede de saúde se adeque à realidade”, afirmou.

Renan Filho ressaltou ainda a importância de considerar o número de testes realizados em cada estado para uma avaliação mais completa da situação. Ele destacou que o Ceará, apresentado como um dos locais com mais registros da doença no Nordeste, é um exemplo de testagem.

“O Ceará, na verdade, é o Estado que mais testa, testou mais que São Paulo. É importante lembrar isso, se não a subnotificação [de casos pela baixa testagem] fica como uma variável de carácter positivo. Ao contrário do que se colocou, talvez o Ceará esteja fazendo o trabalho mais bem feito.”

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