Engenheiros afirmam que prédio ocupado não tinha risco de desabar

  • Por Jovem Pan
  • 08/05/2018 08h32
Rovena Rosa/Agência Brasil Laudo técnico aponta que a presença de lixo e entulho no fosso do elevador ajudou a propagar o fogo no Edifício Wilton Paes de Almeida

Nesta segunda-feira, promotores ouviram os três engenheiros da Prefeitura de São Paulo responsáveis pelo laudo de segurança e estrutura do edifício Wilton Paes de Almeida, que desmoronou no centro de São Paulo. Os depoimentos são para esclarecer alguns trechos do laudo, principalmente o que aponta a inexistência do fosso do elevador que estava sendo usado para descarte de lixo e entulho. Já que esse foi um dos motivos que ajudou a propagar as chamas.

Depois de prestar depoimento ao Ministério Público de São Paulo, o engenheiro Ornelino Lopes caiu em contradição ao explicar para os jornalistas como foi feito o laudo de vistoria do fosso do prédio que desabou. “No momento da minha vistoria as portas dos elevadores estavam trancadas. Nos outros andares eles tinham colocado tapumes. Para abrir uma porta tínhamos que ter ferramentas, mas nãos somos os Bombeiros que levam as ferramentas. O que tenho a dizer é que no momento da nossa vistoria não havia indícios de que tinha algo dentro do fosso. Como isso tem um ano e pouco pode ser que posteriormente tenha acontecido alguma coisa”, declarou Lopes.

Foram ouvidos também, os engenheiros da Prefeitura Regional da Sé, Alvaro de Godoy Filho e da secretaria Especial de Licenciamentos, Silvio Tadeu Vuoto. A secretária de Urbanismo e Licenciamento da capital, Heloísa Proença também foi chamada para prestar o esclarecimento, mas não compareceu.

Neste inquérito civil, o promotor Marcus Vinícius Monteiro dos Santos quer entender porque o prédio não foi interditado, após um laudo técnico apontar que não havia segurança contra incêndio.

O Ministério Público deu um prazo de 10 dias para que a secretaria Especial de Licenciamentos explique o que foi feito após um relatório técnico de janeiro do ano passado apontar problemas como fiação elétrica aparente e improvisada.

Foi estipulado também um prazo de 10 dias para o Corpo de Bombeiros esclarecer se na época houve a recomendação da interdição do edifício Wilton Paes de Almeida e se essa recomendação também foi feita ao Ministério Público Federal, por se tratar de um imóvel da União.

*Com informações da repórter Natacha Mazzaro

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